Insurgentes islâmicos estavam “às portas” da cidade portuária de Pemba no norte de Moçambique quando foram rechaçados por mercenários sul-africanos ao serviço da companhia sul-africana de segurança, Dyck Advisory Group (DAG), disse o director da companhia Lionel Dyck.
Veja Também Cabo Delgado: Terroristas continuam a decapitar em MacomiaNuma conferência recente, organizada pelo portal DefenceWeb sobre a rebelião em Cabo Delgado, Dyck explicou que a sua companhia começou operações nessa província moçambicana em Setembro de 2019 a pedido da polícia moçambicana.
“O que conseguimos foi garantir que os insurgentes não entrassem em Pemba”, disse.
“Eles estavam à porta de Pemba”, acrescentou Dyck.
Veja Também Moçambique: Guerra em Cabo Delgado pode ser insustentávelO dirigente da DAG disse que a equipa da sua organização foi “a menor força de mercenários jamais enviada numa situação do género com uns helicópteros e alguns dos meus peritos”, disse Dyck que fez notar que não foram enviadas forças terrestres.
“Conseguimos aguentar os insurgentes durante um ano sem forças terrestres”, disse, acrescentando acreditar que a sua organização poderia ter recapturado Mocímboa da Praia com forças terrestres.
“Com apoio aéreo poderíamos facilmente ter escoltado tropas a entrarem em Mocímboa da Praia e recapturado a cidade”, disse.
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Mocímboa da Praia foi eventualmente recapturada por tropas ruandesas e Dyck considerou também as tropas ruandesas em Moçambique de mercenários porque também estão a ser pagos.
Mas o director da DAG avisou que a força militar não vai resolver a rebelião no norte de Moçambique.
“É preciso haver uma estratégia para o governo reimpor a ordem, construir escolas e clínicas, controlar as estradas”, disse afirmando ainda que uma resposta militar dá apenas tempo e espaço ao governo para resolver as causas do problemas.
Quem é Lionel Dyck
Lionel Dyck foi oficial das forcas militares da então Rodésia mas permaneceu no exército após a independência do Zimbabwe tendo jogado um papel preponderante em esmagar uma rebelião em 1981 e na formação do novo exército zimbabweano.
Em 1985 comandou tropas zimbabweanas na guerra civil em Moçambique incluindo as forças que capturaram o quartel general da Renamo Casa Banana havendo fotos deles com Samora Machel e Marcelino dos Santos.
Ele foi condecorado com a “Cruz de Prata” pelo governo zimbabweano.