Realizadora portuguesa sem visto para Angola, mesmo convidada pelo Governo

Inês Oliveira solidarizou-se com os activistas e viu-lhe negado o visto.

O Governo de Angola não concedeu o visto de entrada à realizadora portuguesa Inês Oliveira, que devia chegar este sábado, 14, a Luanda para participar no Festival Internacional de Cinema (FIC) a convite do Ministério da Cultura.

Na origem dessa recusa está, admite Oliveira, o apoio público manifestado a Luaty Beirão e mais 14 activistas que começarão a ser julgados na segunda, 16.

“A partir do momento em que manifestei o meu apoio [aos ‘15 de Luanda’ e ao movimento Liberdade Já] tudo se complicou”, disse a realizadora ao jornal português Público.

“A dada altura recebi uma mensagem privada de um amigo de Luanda a dizer-me que se queria ir ao festival não devia publicar as minhas opiniões sobre o caso do Luaty Beirão e os outros presos. A minha resposta foi a lamentar a falta de liberdade de expressão em Angola”, revelou Inês Oliveira, cujo filme Bobô seria exibido neste sábado em Luanda.

Contactada pelo jornal, a vice-cônsul de Angola em Lisboa Natália Jamba disse que o visto “não foi negado, está à espera de resposta” porque, adiantou, devido às celebrações dos 40 anos da Independência “é normal nesta altura haver atrasos”.

Entretanto, a realizadora desmentiu essa versão ao dizer que o passaporte foi -lhe devolvido sem o visto.