O Tribunal Constitucional do da República Democrática do Congo (RDC) confirmou neste domingo, 20, a vitória de Felix Tshisekedi, na votação presidencial de 30 de Dezembro.
A declaração, segundo reporta a Reuters, repreende o segundo colocado, Martin Fayulu, que reclamou vitória e submeteu uma contestação.
Tal contestação foi considerada inadmissível por aquele tribunal.
“Felix Tshisekedi torna-se-á no quinto Presidente da República”, disse o porta-voz do Governo, Lambert Mende, ao receber o resultado do tribunal.
Enquanto os partidários de Tshisekedi celebravam nas ruas de Kinshasa, capital do país, o segundo mais votado, Martin Fayulu, dizia que a decisão abriu caminho para um “golpe de Estado constitucional”, aumentando os temores de mais violência.
“O Tribunal Constitucional acaba de confirmar que serve a um regime ditatorial... validando resultados falsos (e permitindo) um golpe de estado constitucional”, sublinhou Fayulu.
“Agora me considero o único presidente legítimo da República Democrática do Congo”, reiterou.
Manifestações pacíficas
Fayulu convocou a população para manifestações pacíficas em todo o país.
Para Fayulu, Tshisekedi e o Presidente cessante Joseph Kabila fizeram um acordo para impedi-lo de ganhar por mais de 60 por cento dos votos, mas ambos rejeitam a acusação.
A votação do mês passado era muito aguardada por ter o potencial de ser a primeira transferência democrática de poder na RDC, mas as organizações que seguiram o processo apontaram grandes falhas e pediram a recontagem de votos.
A insatisfação com a votação já matou 34 pessoas, feriu 59 e levou a 241 “prisões arbitrárias”, na semana passada, de acordo com o escritório de direitos humanos da Organização das Nações Unidas.