Um total de 15 pessoas morreram numa semana após serem atingidas por descargas atmosféricas em quatro distritos da província moçambicana de Manica, um fenómeno que preocupa as autoridades, que alertam para o risco desta época chuvosa, que se estende até Março, vir a ser “severa”.
Entre as vitimas mortais, 11 são membros da mesma família.
No primeiro incidente, no domingo 18, sete pessoas da mesma família morreram carbonizadas quando um raio atingiu a sua habitação de construção precária em Cafumpe, interior de Gondola, ferindo com gravidade outras duas pessoas, uma das quais que viria a morrer no hospital.
Outras quatro pessoas, que inclui um casal e um filho menor, também perderam a vida no posto administrativo de Moha, quando foram atingidos por raios na terça-feira, 20, no interior de uma barraca precária, onde se tinham abrigado para se esconder da intensa chuva que se fazia sentir na região.
Outras duas pessoas morreram em Guro e Machaze, também atingidas por raios, quando se abrigaram debaixo das árvores para fugir da chuva. A ultima vitima, uma criança, foi registada no distrito de Chimoio.
Em conversa com a VOA, Mateus Mindu, porta-voz da Polícia de Manica, ao anunciar os incidentes, apelou as pessoas que “evitem estar em lugares aglomerados e a buscar abrigo em casas precárias” durante a ocorrência de trovoadas.
Por sua vez, a governadora de Manica, Francisca Tomas, ao lamentar o sucedido, assegurou que as autoridades estão a providenciar assistência as famílias afectadas, com abrigos e alimentos.
“Queremos nos solidarizar com as famílias”, disse Francisca Tomás, salientando que por ser um fenómeno natural é de difícil controlo e reiterou os apelos para medidas de precaução, que inclui não recorrer a árvores durante as tempestades.
Evacuação
A época chuvosa também é responsável pela destruição parcial de 12 salas de aulas, o que pode afectar 1.500 alunos de todos os subsistemas de ensino, bem como 15 professores nos distritos de Barué, Sussundenga e Mossurize.
Francisca Tomás disse que o seu Executivo está a trabalhar com o Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INDG) num plano de evacuação das zonas ribeirinhas, susceptíveis a risco de inundações e cheias devido ao aumento de caudais das principais bacias hidrográficas.