Rafael Marques diz que as práticas de repressão e de não ouvir as pessoas mantêm-se em Angola

Rafael Marques no Tribunal de Luanda (Foto de Arquivo)

Activista e jornalista insta Governo a ouvir as pessoas e a deixá-las manifestarem as suas opiniões

Multiplicam-se as críticas às agressões da Polícia Nacional aos manifestantes em Angola.

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Rafael Marques e as manifestações - 2:06


Agora, o conhecido jornalista e activista Rafael Marques considera que a não responsabilização dos agressores leva com que os governantes continuem a reprimir as pessoas.

Ele apela o Governo a autorizar as manifestações e que o Governo compreenda que, ao longo dos 45 anos da relação entre o povo e o MPLA,é o partido no poder que está errado porque o povo continua a sofrer.

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“O Governo deve manter o foco na melhoria das condições dos cidadãos e deve ouvir os cidadãos”, afirma Marques, para quem “as práticas de repressão e de não ouvir o que as pessoas estão a dizer mantêm-se”.

O activista considera ainda que o mau funcionamento da justiça é o culpado das agressões contra os manifestantes porque “o sistema judicial não funciona, não é independente, não é autónomo”.

Conhecido pelas suas denúncias durante anos, Marques diz ser “importante os cidadãos continuarem a denunciar as irregularidades do Governo”.

Caso contrário, ele pergunta, “como é que vamos ficar? Com confusão?”, para concluir que “porque senão os cidadãos vão pautar pela resistência”.

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No passado dia 24, a polícia reprimiu uma manifestação contra o desemprego e a favor da marcação da data das eleições autárquicas por considerar que violava um decreto presidencial que impede aglomeração de mais de cinco pessoas para evitar a propagação da Covid-19.

Cerca de uma centena de pessoas foram detidas, entre as quais seis jornalistas, tendo 71 sido condenados a um mês de prisão convertido em multa por desobediência e destruição de bens.

Os promotores da manifestação já anunciaram um novo protesto para o dia 11, em que se assinala o 45º. aniversário da independência nacional.