O jornalista e activista Rafael Marques escreveu no seu portal “Maka Angola”, no início da semana, “12 de Abril de 2015” um extenso artigo intitulado, “Fundo soberano paga 100 milhões de dólares a empresa fantasma”. No artigo, ele denuncia a atribuição por parte daquele fundo do Estado angolano, presidido por José Filomeno dos Santos, filho do Presidente da República, de cerca de 100 milhões de dólares por prestações de serviço à empresa Kijinga S.A.
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Segundo Marques, “esta empresa não é nada mais do que uma empresa de fachada criada para operações obscuras pelo Banco Kwanza Invest (BKI), um banco criado pelo próprio José Filomeno dos Santos "Zenú”.
Ele acusa ainda o Fundo Soberano de falta de transparência ao pagar 100 milhões de dólares a empresa que não tem um único funcionário.
Segundo Rafael Marques, “os documentos são públicos, não precisam me pedir, mas o que não se pode aceitar é que num momento que o Governo fala em crise económica dá-se a o uma empresa fantasma 100 milhões de dólares”.
Em conversa com a VOA, Rafael Marques disse que esta não é uma questão nova nem secreta e que a Procuradoria-Geral da República não leva a sério denúncias de corrupção por falta de autonomia.
A VOA tentou contactar José Filomeno dos Santos, actual presidente do Fundo Soberano, mas não obteve qualquer resposta.
Entretanto, o Fundo Soberano de Angola anunciou ontem a constituição de cinco fundos adicionais de investimento em indústrias de alto rendimento, no valor de 1,4 mil milhões de dólares ao longo dos próximos cinco anos.
Segundo o seu presidente do Conselho de Administração José Filomeno dos Santos, os novos ramos abrangidos "representam sectores de elevado potencial e sustentabilidade, com vários benefícios não financeiros, tais como a geração de novos empregos e a formação profissional".
Os sectores mineiro, exploração da madeira e empreendedorismo receberão investimentos de 250 milhões de dólares cada. O fundo ainda vai investir 400 milhões de dólares ao longo dos próximos três anos na área da saúde nos países com o maior potencial de retorno e apoio governamental à saúde, como Angola, Camarões, Gana, Quénia, Moçambique, Nigéria e África do Sul.