A prática tradicional da queima de capim para a caça e limpar campos para a agricultura ameaça a fauna e causa mesmo danos humanos na provincia de Malanje.
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A província de Malanje está entre as que mais se registam queimadas anárquicas e ameaçam o meio ambiente, e incluem as do Cuando Cubango, Moxico e Lunda Sul.
Com efeito, Todos os dias há notificações de queimadas em algum lugar da província de Malanje.
No Parque Nacional de Cangandala a palanca negra gigante está em perigo por causa do fenómeno, situação que leva a directora do Gabinete Provincial do Ambiente, Gestão de Resíduos e Serviços Comunitários Jacinta Pérez que se deve “procurar á raíz do problema” para se tentar pôr termo ao fenómeno.
“Na situação das queimadas são quatro províncias, então, nós por fazermos parte dessas quatro províncias chega a ser algo que devemos nos preocupar com isso, devemos procurar a raiz do problema”, sugeriu.
As consequências são também enormes para a vida na terra.
“Estamos a falar do abate de árvores e nós sabemos qual é a importância das árvores para o ser humano, para a vida. E quando estamos a falar de queimadas estamos a falar de extinção da própria biodiversidade”, acrescentou
O Departamento Provincial do Instituto de Desenvolvimento Florestal é o órgão do Ministério do Ambiente que a nível local deve aplicar a Lei 6/2017, Lei de Base de Florestas e Fauna Selvagem que penaliza todos os que violam o meio ambiente.
Apesar do número reduzido de fiscais o chefe do referido Departamento, Afonso Maquexa diz que os infractores são levados à justiça.
“As pessoas têm que ter consciência, o país está a evoluir, está a evoluir com leis ,e regulamentos. Então aconselhamos constantemente as pessoas que não periguem a vida selvagem e a vida das pessoas”, defendeu.
As consequências das queimadas anárquicas são visíveis. No município de Calandula, comuna do Cota, aldeia Buta cerca de uma dezena de famílias estão ao relento, alegadamente por causa de um incêndio provocado por crianças que atearam fogo no capim.
Madalena Gonçalves é uma das vítimas.
“Queimou em casa três banheiras, bidões, toda loiça. Não tenho [lugar] para dormir, toda casa queimou. O Estado é que resolve, senão vou falar mais como?”, questionou.