O Presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou no domingo, 8, que o líder sírio deposto, Bashar al-Assad, deve ser “responsabilizado”, mas considerou a convulsão política do país uma “oportunidade histórica” para os sírios reconstruírem o seu país.
Na primeira reação completa dos EUA ao derrube de Assad por uma coligação de fações rebeldes liderada por islamistas, Biden mostrou-se otimista. No entanto, avisou também que Washington “permanecerá vigilante” contra o aparecimento de grupos terroristas.
“A queda do regime é um ato fundamental de justiça”, disse Biden, a partir da Casa Branca. “É um momento de oportunidade histórica para o povo sírio, que há muito sofre”.
Questionado pelos jornalistas sobre o que deve acontecer ao Presidente deposto, que terá fugido para Moscovo, Biden disse que “Assad deve ser responsabilizado”.
Biden, que deverá abandonar o cargo em janeiro e abrir caminho para o regresso ao poder do republicano Donald Trump, disse que Washington vai ajudar os sírios na reconstrução.
“Vamos envolver-nos com todos os grupos sírios, incluindo no processo liderado pelas Nações Unidas, para estabelecer uma transição do regime de Assad para uma Síria independente e soberana “com uma nova constituição”, disse ele.
No entanto, Biden advertiu que os grupos islâmicos de linha dura dentro da aliança rebelde vitoriosa estarão sob escrutínio.
Por seu turno, o secretário-geral das Nações Unidas apelou à calma e a que se evite a violência no domingo, na sequência da queda súbita e impressionante do regime sírio de Assad para as forças rebeldes.
“Após 14 anos de guerra brutal e a queda do regime ditatorial, hoje o povo da Síria pode aproveitar uma oportunidade histórica para construir um futuro estável e pacífico”, afirmou António Guterres em comunicado.
“O futuro da Síria é uma questão que cabe aos sírios determinar, e o meu enviado especial vai trabalhar com eles nesse sentido”.
O seu enviado, Geir Pedersen, afirmou que o país se encontra num “momento decisivo” da sua história, com imensos desafios pela frente, e que deve evitar o derramamento de sangue e preservar a unidade durante a transição.