Quatro candidatos à liderança do MLSTP-PSD prometem unir o partido

Comício do MLSTP-PSD, São Tomé e Príncipe

Analistas políticos afirmam que o ciclo de derrotas nas últimas duas décadas, decorre da falta de união e de uma liderança forte

O MSTP-PSD, maior partido da oposição são-tomense, realiza neste sábado, 7, o seu sétimo congresso extraordinário num clima de divisão interna, com quatro candidatos na corrida à liderança.

Analistas políticos afirmam que o ciclo de derrotas do MLSTP-PSD nas últimas duas décadas, tanto nas legislativas como nas presidenciais, tem a ver com a falta união e de uma liderança forte.

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Os candidatos António Quintas e Agostinho Rita manifestam-se preocupados com a falta de união no partido, enquanto Américo Barros e Gabidulo Quaresma não responderam ao pedido de entrevista da Voz de América.

“O atual presidente Jorge Bom Jesus propôs vários encontros no sentido de unir os candidatos, mas não foi possível porque cada um tem os seus projetos e não se puseram de acordo”, afirma o economista Agostinho Rita que se apresenta mais uma vez como candidato à liderança do partido.

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Por seu lado, António Quintas também lamenta a falta de união no MLSTP-PSD e sublinha que” há tendências que aproveitam as fragilidades internas e a falta de união para obterem outros proveitos”.

“Espero que depois deste congresso haja um esforço para unidade do partido”, desabafa o antigo embaixador que se candidata pela primeira vez a presidência do MLSTP-PSD.

Há 22 anos que o partido da independência do arquipélago não vence as eleições legislativas e desde da implantação da democracia, em 1990, não elege o seu candidato à Presidência da República.

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O antigo presidente do Parlamento e ex-ministro Arzemiro dos Prazeres diz que o problema está nas figuras que sucederam o líder histórico do partido, Manuel Pinto da Costa.

“Até agora não apareceu no MLSTP-PSD um líder que pudesse congregar o partido como fez o presidente Pinto da Costa antes do advento da democracia”, diz Prazeres, afirmando que também não será neste congresso que haverá união porque “os interesses de grupos vão continuar”.

O analista político Liberato Moniz também afirma que o MLSTP continuará dividido e aponta a luta pela posse da cervejeira Rozema como maior fator de divisão no partido, "porque é da Rozema que sai o dinheiro que alimenta o grupo dominante”.

O congresso tem a duração de um dia e tem na agenda apenas a eleições da nova direcção do partido.