Pânico em Cabul com governo afegão prestes a render-se

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Helicóptero sobre a embaixada americana em Kabul

Rebeldes Talibã começaram a entrar na capital do Afeganistão Kabul ao mesmo tempo que os Estados Unidos evacuavam diplomatas da sua embaixada por helicóptero.

Um membro do governo afegão disse que o poder poder serà entregue a um governo interino estando a decorrer negociações nesse sentido.

A correspondente da Voz da América em Kabul Ayesha Tanzeem disse haver pânico nas ruas da cidade quando se espalhou a notícia de que os rebeldes estavam a entrar na capital algo que inicialmente um porta voz dos Talibã desmentiu.

Fumo ao lado da embaixada americana onde se destroiem documentos

Contudo um entidade do ministério do Interior disse à agência Reuters que rebeldes estavam a entrar na capital “por todos os lados”, não havendo contudo notícias de combates.

Um porta voz dos Talibã Zabihullah Mujahid disse que estão a decorrer negociações para a rendição pacífica da capital.

“Os combantes Talibã devem permanecer em todas as entradas de Kabul até uma transferência pacífica e satisfatória ser acordada”, disse.

Rebeldes Talibã numa rua em Kabul

O antigo ministro do interior Ali Ahmad Jalali deverá ser nomeado para chefiar uma administração interina em Kabul, disseram à agência Reuters três fontes dilomáticas.

O actual ministro do Interior Abdul Sattar Mirzawakal confirmou num tweet que o poder será entregue a uma administração interina.

“Não haverá um ataque à cidade, foi concordado que haverá uma transferência pacífica”, disse.

O rápido colapso do governo afegão após a retirada das forças americanas e da NATO surpreendeu diplomatas na capital. Os Talibã avançaram rápidamente através do país ocupando capitais provinciais e cercando a capital com forças governamentais a renderem-se em alguns casos sem oporem qualquer resistência.

Os Talibã foram afastados do poder há 20 anos por forças americanas depois de se recusarem a entregar o líder da A Qaida, Osama bin Laden, responsável pelo ataque terroristas conta Nova Yorque e Washington de 11 de Setembro de 2001.

O presidente afegão Ashraf Ghani estava hoje em conversações “de emergência” com o enviado especial americano Zalmay Khailzad e outras entidades da NATO .