PT e PSDB esperam dias tumultuados depois das eleições de hoje

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Favela, Brasil

Mais de 140 milhões de brasileiros escolhem presidente.

PT e PSDB apostam em cenário turbulento com Dilma ou Aécio

Dirigentes do PT e do PSDB preveem um cenário tumultuado seja quem for o vencedor da corrida presidencial. O tom agressivo da campanha e a diferença apertada nas pesquisas apontar para uma disputa que vai continar até 2015, segundo as mesmas fontes.

O vice de Aécio Neves, Aloysio Nunes, diz que Dilma Rousseff terá um reinício de Governo “turbulento” se ganhar hoje, devido ao escândalo da Petrobras. Se o tucano se eleger, petistas afirmam que ele começará o Governo sob forte pressão dos movimentos sociais.

O deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) diz que Aécio Neves está pronto para enfrentar oposição aguerrida. “O PT não vai se conformar com uma derrota. Sabemos que vão tentar forçar um terceiro turno”, afirma.

O vice de Aécio Neves desafia João Pedro Stédile, do MST, que prometeu protestos diários se Dilma Roussef for derrotada. “Muitos movimentos são sustentados com dinheiro público. Sem o PT no poder, perdem capacidade de mobilização”, explica Aloysio Nunes.

Para o ministro da secretaria-geral Gilberto Carvalho, o PT terá que “reverter um certo esgotamento” mesmo que Dilma vença. “Precisaremos repolitizar nossas relações internas para reagir”, afirma.

Em caso de vitória tucana, outros petistas defendem a reaproximação com os sindicatos para retomar o papel de oposição e organizar protestos contra reformas liberais na economia e na área trabalhista.

Para a maioria do PT, que esperava chegar à eleição com Dilma Rpussef isolada na frente, as acusações do doleiro Alberto Youssef a Lula e Dilma Roussef motivaram a “mexida final” nas pesquisas a favor de Aécio.

O ex-governador Alberto Goldman (PSDB) diz que a performance no debate da Globo também ajudou. Na saída da emissora, a campanha avaliava que o tucano “ganhou a luta por pontos, mas não por nocaute”.

Com a disputa empatada, o senador José Agripino (DEM-RN) torce para que os eleitores de Dilma Roussef se atrapalhem hoje para votar. “O eleitor dela é menos letrado. Pode errar mais, ir menos à urna”, diz o aecista.

Na contramão das queixas dos dois candidatos, o ministro so Desenvolvimento Agrário Miguel Rossetto disse que a eleição foi “a mais qualificada” da democracia brasileira.

“Ficam falando em baixaria, mas que baixaria? Em que país do mundo se discute papel do Banco Central e reforma política?”, questiona o coordenador da campanha de Dilma Roussef.

O PT espera que Lula assuma as rédeas da defesa do partido no caso Petrobras. O ex-presidente deve ter voz activa nas negociações no Congresso, onde é esperada uma leva de cassações de mandato.

Mais de 140 milhões de brasileiros escolhem hoje a actual presidente Dilma Roussef ou o senador e ex-governador de Minas Gerais para a Presidência da República.