Programa do FMI poderá ajudar à disciplina do orçamento angolano, diz Ruth Mendes

Luanda, Angola

O parlamento angolano desconhece as motivações do governo de João Lourenço de subvencionar o combustível para os sectores da agricultura e das pescas, sem o conhecimento do Fundo Monetário Internacional.

Para falar sobre o assunto, ouvimos Mário Zamaroczy chefe da missão do
corpo técnico do Fundo Monetário Internacional (FMI), Ruth Mendes Presidente da Comissão de Economia e Finanças do parlamento angolano e o empresário Carlos Cunha.

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FMI em Angola: Empresário Carlos Cunha discorda de subvenção do governo aos combustíveis

O Governo angolano vai passar a atribuir um subsídio para as despesas com a aquisição de combustíveis utilizados em máquinas como tratores agrícolas, debulhadoras, motocultivadoras, motosserras e embarcações e equipamentos de apoio à pesca.

Esta decisão já foi aprovada em sede do conselho de ministros realizada recentemente em Luanda e orientada pelo Presidente da República, João Lourenço.

Em Fevereiro do corrente ano, após uma reunião da Comissão Económica
do Conselho de Ministros de Angola, o ministro da Agricultura e Florestas, Marcos Nhunga, já havia anunciado um subsídio estatal de 45% destinado a combustíveis para a produção agrícola.

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​Entretanto, a decisão de subvencionar os referidos sectores, surge ao arrepio do acordo que o governo celebrou, com o Fundo Monetário Internacional.

Esta inquietação foi apresentada pela missão do FMI durante um encontro que manteve com a Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional, no âmbito da revisão periódica do programa ampliado que mantém com Angola desde Dezembro de 2018, num financiamento de 3,7 mil milhões de dólares, para apoio às reformas económicas em curso no país.

A missão do corpo técnico do FMI esteve a trabalhar em Angola, desde o passado dia 20 de Março, com o objectivo de avaliar o cumprimento das metas estabelecidas ao abrigo do acordo entre o Executivo angolano e esta instituição financeira internacional, através do Programa de Financiamento Ampliado.