Programa de acesso ao mercado tira quatro mil camponeses do ciclo da pobreza em Manica

“Nos produzíamos, mas vendíamos a preços marginalizados, nem dinheiro para semente conseguiamos ter”, diz Paulo Mabane, 32 anos.

Uma iniciativa de acesso ao mercado, desenvolvida pelo Programa Mundial de Alimentação (PMA) alivia a pobreza de 4.700 camponeses, do distrito de Barué, na província de Manica, através do aumento da sua produção agrícola e comercialização mais justa.

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“Nos produzíamos, mas vendíamos a preços marginalizados, nem dinheiro para semente conseguiamos ter”, diz Paulo Mabane, 32 anos.

Os camponeses, distribuídos em três associações, receberam do PMA formação que ajuda a aumentar a qualidade e quantidade de produção, melhorar o armazenamento e comercialização.

Através do programa “Compras para o Progresso” (P4P na sigla inglesa), o PMA compra a preço competitivo o grão (milho, soja e outros feijões) dos camponeses associados para os seus programas humanitários, com um contrato programa, que permite que os agricultores acedam a créditos bancários.

Igualmente, o PMA ofereceu “kits” para testes de qualidade e humidade de grão aos camponeses associados, além de debulhadoras e juntas para tração animal, que ajudam os camponeses no aumento de áreas de cultivo.

Os camponeses reconhecem a relevância da iniciativa do PMA. “Antes vendia o grão em galão (equivalente a cinco quilos), mas quando entrei na associação passei a vender por quilo e a preço justo, e em dois anos tenho mudanças na vida”, diz Donaria Vunzanasse.

Com o rendimento, Vunzanasse, 52 anos de idade, melhorou as suas condições de habitação, passando de uma palhota para uma casa de bloco e cimento.

“Nos produzíamos, mas vendíamos a preços marginalizados, nem dinheiro para semente conseguiamos ter”, diz Paulo Mabane, 32 anos.

Além de Moçambique, o P4P opera em 21 países, dos quais 15 africanos para ajudar os camponeses a se beneficiarem da agricultura.