Os professores do ensino geral na província angolana da Huíla decidiram avançar para a greve no dia 26 em função do que consideram incumprimento de alguns pontos constantes do caderno reivindicativo na posse do Governo há três anos
A inobservância do tempo de serviço está no cerne das reinvindações analisadas pelo Sindicato Nacional dos Professores (Sinprof) que decidiu pela paralisação durante uma assembleia geral realizada no fim-de-semana.
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Quessongo Passile, professor a 25 anos e licenciado de formação, não tem dúvidas de que a paralisação das aulas tem-se revelado eficaz na pressão às autoridades.
“Tenho sido injustiçado bastante. O Governo está a mostrar muita insensibilidade ante os nossos problemas, como o nosso Governo nos habituou a resolver os problemas dos professores com base na pressão nós vamos entrar em greve dia 26 a nível nacional”, afirma Passile,
Para os professores a falta de boa vontade do Executivo tem estado a adiar a resolução dos problemas.
“Até em época de pandemia os polícias estão sempre a ser promovidos, só não têm dinheiro para a educação? Os militares estão sendo patenteados, tem dinheiro sim! O petróleo está em alta, está-se a exportar agora o ferro, há condições sim, só falta boa vontade”, acrescenta.
Para o professor Aguinaldo Araújo, o Sinprof já deu tempo suficiente de negociação à entidade patronal, mas sem resultados, pelo que não restam alternativas.
“A greve tem um impacto muito negativo, mas já dialogámos, já pedimos, já apelamos, não fomos ouvidos e a única solução que vimos é mesmo partirmos para esse direito consagrado na constituição”, defende Araújo.
O secretário do Sinprof no Lubango, Osvaldo Congo, diz que a organização prepara-se apenas para formalizar a greve.
“Neste momento a greve é um facto, só vamos aguardar a sua formalização. Durante a fase da greve os professores deverão ficar em casa”, acrescenta o sindicalista, lembrando que a greve que deve ser de âmbito nacional só será suspensa de o Governo mudar de atitude.