O Sindicato Nacional dos Professores da Guiné-Bissau (Sinaprof) ameaça paralisar o setor educativo se o Governo não cumprir até ao próximo mês de Setembro o memorando do entendimento assinado, no mês de março.
Enquanto isso, os trabalhadores do Ministério das Finanças terminam nesta terça-feira, 25, uma greve de 13 dias e o sindicato acusa o ministro de abrir processos disciplinares a diretores que aderiram à paralisação.
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Em declarações à VOA, o presidente em exercício do Sinaprof, Domingos de Carvalho, acusa o Governo de ter falhado com a data do pagamento das dívidas, assim como a aplicação na íntegra do estatuto da carreria docente.
Perante essa situação, Domingos de Carvalho afirma que será difícil o reinício das aulas.
“O período estipulado entre os sindicatos dos professores não foi cumprido, o Governo falhou e não resolveu a situação de pagamento de dívidas aos novos ingressos, aplicação na integra do estatuto da carreia docente e retorno do dinheiro descontado aos professores, desde o mês do novembro a esta data”, aponta Carvalho.
A VOA contatou o Ministerio da Educação que não reagiu, mas uma fonte daquele departamento governamental, sob anonimato, revelou que as partes tinham se comprometido a não tornar o assunto público porque os ministérios da Educação e das Finanças estão a trabalhar no sentido de cumprir as exigências dos professores.
Por outro lado, os funcionários do Ministério das Finanças terminam hoje uma greve iniciada no dia 12 de agosto em protesto por melhores condições dos trabalho.
O economista Aliu Soares Cassama alerta que esta greve irá dificultar os trabalhos de preparação da proposta do Orçamento Geral de Estado (OGE) e a liquidação das dívidas externas da Guiné-Bissau.
“A Guiné-Bissau também está a atravessar uma situação muito complicada porque se olharmos para a curva da dívida pública vê-se que o país despõe de uma dívida, a curto prazo, num montante de 73 milhões de dólares e uma dívida a longo prazo num montante de 170 milhões de dólares. Isso demostra que a economia guineense se encontra numa situação complicada”, sustenta aquele economista.
Mesmo com o fim da greve, o Sindicato dos Funcionários do Ministério das Finanças acusa o ministro da tutela, Aladje Fadia, de “requisitar pessoas estranhas” para substituir os trabalhadores em greve e denuncia um despacho que “suspendeu ontem, os subsídios de incentivo e ordenou a abertura de processos disciplinares aos diretores de serviço do ministério que aderiram à greve naquela instituição".
Não houve ainda qualquer reação do Ministério.