Tudo parado a partir de hoje na universidade pública de Angola, com os professores a entraram em mais uma greve porque, segundo o Sindicato Nacional de Professores do Ensino Superior (SINPES), o Executivo não honrou os compromissos.
O Governo já reagiu e amanhã, 25, arrancam as negociações entre o Ministério do Ensino Superior e o SINPES para se chegar a um entendimento sobre os quatro pontos que estão na mesa.
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O Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA) entende que desta vez os professores têm razão e já escreveram ao Presidente da República a alertar para o perigo desta greve.
A anterior paralisação foi em Maio e os professores decidiram suspendê-la depois de ouvir apelos de estudantes e da Igreja Católica.
Desde então, não houve qualquer evolução no diferendo entre o sindicato e o Governo, por isso os professores regressaram à greve nesta segunda-feira.
Quatro pontos estão na agenda dos professores, segundo o coordenador do SINPES na região Luanda-Bengo Carlinhos Zassala.
"O problema do salário condigno, a formação contínua dos professores, o seguro de saúde e os fundos para investigação científica", diz Zassala.
Veja Também SINPES rejeita proposta salarial de João Lourenço e greve universitária continuaO professor da Universidade Agostinho Neto João Lukombo Nza Tuzola diz haver uma falta de interesse pela classe de professores em Angola.
"É uma inversão total de valores, quem forma quadros é desprezado, políticos que nem um deputado conseguem colocar na Assembleia Nacional recebem mais de um bilhão de kwanzas (cerca de três milhões e meio de dólares), é um egoísmo total, como nós não temos capacidade de pôr o dedo no gatilho, então não valemos nada", sustenta Nza Tuzola.
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Os estudantes filiados no MEA solidarizam-se com os professores e o presidente Francisco Teixeira diz que já começou a encetar contactos para pressionar o Executivo a começar pelo Presidente da República.
"Hoje mesmo escrevemos para o Presidente da República, já temos audiência marcada com o Ministério do Trabalho e outra com o Ministério do Ensino Superior para explicar o perigo que representam para o país estas sucessivas greves", diz Teixeira.