Os exames finais na Universidade Pública de Angola estão em risco porque os professores filiados no Sindicato dos Professores do Ensino Superior (SINPES) ameaçam paralisar as aulas em Novembro, caso o Governo não responda aos pontos do caderno reivindicativo apresentado há três anos.
O prazo para a tomada de uma decisão pode ser 15 de Novembro, dia em que deve acontecer uma assembleia do sindicato.
Os docentes da universidade pública queixam-se de estarem entregues à sua sorte, sem quaquer sinal de resolução dos pontos do caderno reivindicativo de 2013.
''Nós já escrevemos um memorando à Presidência da República, ao partido no poder a dizer que as coisas vão muito mal mas até agora não há nenhuma reação'', diz Carlinhos Zassala professor universitário e coordenador do SINPES para Região Académica de Luanda Bengo.
''Perdemos o estatuto especial, meteram-nos na função pública, queremos recuperar este estatuto, o salário completamente corroído perdeu o seu poder aquisitivo, cortaram todos os subsídios a que os professores têm direito por decreto presidencial, não existe qualquer plano ou política de preparação de professores para o ensino superior, a nossa geração está envelhecida e não estamos a preparar nova geração de professores, os professores universitários perderam o direito a assistência médica e medicamentosa e quando um professor fica doente não sabe onde se dirigir, quando morre nem consegue adquirir um caixão'', denuncia Zassala
O secretário geral do SINPES diz não haver sensibilidade do Ministério do Ensino Superior, para resolver o problema dos professores, sendo a paralisação o caminho a seguir.
''Se o Governo não tratar esta questão nós seremos obrigados a convocar uma assembleia geral e decretar uma greve, o que pode acontecer a 15 de Novembro”, concluiu Eduardo Peres Alberto
A greve pode ser decretada na altura que coincide com a realização dos exames finais na universidade pública angolana.
A VOA tentou uma resposta contactar o ministério do Ensino Superior, mas não obteve retorno.