Imigrantes guineenses em Portugal protestaram nesta sexta-feira, 14, em Lisboa, contra a visita do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa à Guiné-Bissau na próxima semana.
Em frente ao Palácio de Belém, eles mostraram o seu desagrado contra “sequestro, raptos, espancamentos dos jornalistas e activistas, prisão arbitrária dos adversários políticos e de sindicalistas”, de acordo com uma Carta Aberta divulgada pelos organizadores do protesto que foram recebidos pelo próprio Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.
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Um encontro que, segundo a representante da comunidade guineense, em Portugal, Aldonça Ramos, foi positivo.
“Fomos bem recebidos pelo Presidente e os seus assessores. A visita vai acontecer, mas no fundo, o que vai ficar é o que é que ele pode fazer e o que é ele vai lá ver, pensando a Guiné no outro sentido. Ele não tinha informações que acabamos de dar. Por isso, considero que o encontro foi positivo”, afirmou Ramos.
Quem também marcou a presença no acto do protesto foi Aliu Famora Baldé, um dos líderes do Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados, com base na Guiné-Bissau.
“Eu estou aqui basicamente para desencorajar a vista do Marcelo Rebelo de Sousa ao meu país. Temos um país onde o Presidente da República assumiu o poder por força das armas e, em consequência, derrubou um Governo legítimo e isso só pode ser um regime ditatorial”, disse.
Vários outros guineenses disseram à VOA que “desaconselham” Rebelo de Sousa a ir à Guiné-Bissau e condenaram mesmo a visita ao país, com cartazes nos quais podia-se ler "Não à legalização do auto-proclamado Sissoco Embaló" e "Professor Marcelo, não és bem-vindo na Guiné-Bissau".
A Carta Aberta, que a VOA teve acesso, e que fala em nome da “diaspora na Europa, os guineenses apontam, entre vários argumentos, contra a visita o “sequestro, raptos e espancamentos dos jornalistas e activistas; prisão arbitrária dos adversários políticos e dos sindicalistas, em pleno exercício da liberdade sindical”.
Marcelo Rebelo de Sousa chega domingo a Cabo Verde e na terça-feira, 18, deve desembarcar em Bissau, regressando no dia seguinte a Lisboa.