Professor detido por obrigar alunos a quebrar jejum do ramadão em Moçambique

Caso aconteceu na Zambézia durante o jejum dos muçulmanos

A Polícia moçambicana deteve na Zambézia um professor secundário indiciado no crime de discriminação, por ter obrigado seis alunos, que professam a religião muçulmana, a quebrar o jejum com água durante o periodo do ramadão, informou à VOA nesta sexta-feira, 7, a corporação.

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Professor detido por obrigar alunos a quebrar jejum do ramadão em Moçambique

O professor de quimica, no distrito de Pebane, obrigou seis alunos a beber água na sala de aulas em Junho passado, como punição destes não terem cumprido com os deveres de casa.

Após o incidente, considerado um insólito na Zambézia, os alunos apresentaram a situação aos encarregados, que com o Conselho Ministerial da Religião, apresentaram uma queixa à Polícia, que iniciou uma investigação do caso, que terminou com a detenção do professor, disse Miguel Caetano, porta-voz da Policia da Zambézia.

Em entrevista à VOA, o presidente da comunidade muçulmana na Zambézia, Inusso Ismail, disse que logo que o caso foi denunciado um equipa foi enviado para um trabalho do terreno, que com as averigações apresentou uma queixa as autoridades que tomaram as respectivas medidas.

“Isto aconteceu e depois nos formamos uma comissão que dirigiu-se ao terreno, para trazer as averiguações e apresentamos às autoridades que trataram de encontrar o culpado e julgar”, disse Inusso Ismail, manifestando preocupação pela insensibilidade religiosa num país laico.

Por seu turno, o presidente do Conselho dos Teólogos da Zambezia, Abdul Satar, disse que a atitude do professor foi um choque para a comunidade islâmica, ao violar a ética educacional, baseada na antropologia cultural num pais laico.

“Para nós foi uma mágoa maior, foi um desrespeito para aqueles que são os principios islâmicos”, disse Abdul Satar, afiançando que este caso foi o cumulo da violação das liberdades de escolhas e praticas plasmadas na Constituição da Republica.

A fonte referiu que este foi o primeiro caso expressivo na Zambézia em particular e no país no geral, adiantando que a comunidade ainda trava uma luta com interdições nas escolas moçambicanas de uso de burcas, apesar da legislação no país.

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