Benguela enfrenta enorme défice de energia

Rui Falcão diz que "há que trabalhar" para resolver o problema

A região de Benguela continua a lutar com faltas de energia e a produção de electricidade através de fontes térmicas ganha preponderância numa altura em que a crise dos derivados do petróleo ameaça as turbinas instaladas em várias províncias angolanas.

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Crise de energia em Benguela - 2:21

A instalação de três turbinas com capacidade superior a 74 MW, cifra não muito distante da produção actual, anunciava melhorias há já um mês, mas o sofrimento da população de Benguela, Lobito, Catumbela e Baía Farta vai durar mais 45 dias.

Esta situação, reveladora de que os ensaios são mais complexos do que se previa, parece, todavia, um mal menor quando analisado os custos com as turbinas vindas da Europa.

"Temos cerca de 74 megawatts para a rede, mas isso implica um consumo diário de um milhão de litros de gasóleo. Então, temos de trabalhar para solucionar este défice’’, disse o governador Rui Falcão.

Segundo cálculos as máquinas vão consumir 135 milhões de kwanzas por dia.

Pesquisas do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola, apresentadas pela professora Regina Santos, mostram que o país não soube tirar proveito da alta do petróleo para investir mais em fontes hídricas.

"Desde 2010 que a térmica vem aumentando a sua participação, mas é a hidroeléctrica que deve ser predominante em Angola’’, sugere a académica, adiantando que ‘’Angola devia ter investido nesse segmento quando o petróleo permitia angariar receitas elevadas’’.

Fora de serviço, a barragem hidroeléctrica de Lomaum foi inaugurada sem que se tivesse em conta a necessidade de uma albufeira que permita a retenção de água em época de chuva.

No Lobito, encontra-se uma turbina a gás importada da Suécia com mais de mil horas de funcionamento, que não se adaptou à realidade angolana.

O Ministério da Energia e Águas não revela o valor da compra de turbinas que estão a ser colocadas em várias províncias.