O órgão constitucional máximo do Senegal decidiu que o Primeiro-Ministro Ousmane Sonko pode concorrer às próximas eleições legislativas, rejeitando um recurso da coligação da oposição contra a sua candidatura.
A coligação Takku Wallu Senegal, liderada pelo antigo Presidente Macky Sall, alegou que Sonko não podia candidatar-se às eleições legislativas antecipadas. A coligação referiu-se à sua condenação à revelia, em junho de 2023, a dois anos de prisão por “corrupção de jovens”.
Mas numa decisão publicada na quinta-feira, 10, o Conselho Constitucional declarou o recurso “inadmissível”.
Só o ministro do Interior pode submeter um caso relativo à elegibilidade de um candidato, decidiu o Conselho Constitucional - e não era esse o caso.
O Senegal deverá eleger um novo parlamento a 17 de novembro, depois de o Presidente Bassirou Diomaye Faye ter dissolvido a Assembleia Nacional, dominada pela oposição, em setembro.
Veja Também Senegal: Presidente Faye dissolve parlamento e marca novas legislatvasOs rivais de longa data Sonko e Sall estiveram no centro de um impasse de três anos, entre 2021 e 2023, que resultou em dezenas de mortes.
Sonko esteve preso durante mais de sete meses durante o governo de Sall e, na sequência de uma série de batalhas legais, foi impedido de concorrer às eleições presidenciais de março.
O antigo adjunto de Sonko, Faye, ganhou a presidência com mais de 54% dos votos, com a promessa de uma rutura radical com o passado.
Na sua decisão, o Conselho Constitucional autorizou igualmente a candidatura do opositor Barthelemy Dias, presidente da Câmara de Dakar, que foi condenado por homicídio em 2011.