O primeiro-ministro da Guiné-Bissau garantiu na tarde desta quinta-feira, 6, que vai recorrer a todos os mecanismos legais para lutar "contra a decisão deliberada" do Presidente da República de derrubar o seu Executivo.
Domingos Simões Pereira classificou a acção do Presidente de "falta grosseira de ponderação sobre as implicações e o alcance de tal medida para ordem interna e estabilidade".
Para o primeiro-ministro, essa pretensão de José Mário Vaz é "um rude e traiçoeiro golpe à esperança que a todos tem animado" e garantiu que tomará todas as medidas para "responsabilização política" de quem provocar a instabilidade no país.
Num discurso à Nação depois de se reunir com partidos políticos e corpo diplomático, Simões Pereira avisou que vai recorrer a "todos os mecanismos e dispositivos legais e democráticos para preservar a ordem e evitar a interrupção desta caminhada do país rumo à paz e ao desenvolvimento".
A remodelação governamental proposta pelo primeiro-ministro, a gestão de fundos da mesa redonda de doadores e o regresso ao país do contra-almirante Zamora Induta, antigo chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, foram apontadas por Simões Pereira como sendo os grandes entraves no relacionamento entre ele e José Mário Vaz.
Entretanto, o Presidente da República continua a ouvir os partidos políticos e convocou para esta noite uma reunião do Conselho de Estado que, segundo a Constituição, é o último passo antes de demitir o Governo.
Antes da intervenção de Domingos Simões Pereira, o correspondente da VOA em Bissau fez a leitura da crise política.
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