A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, fez uma viagem surpresa à Flórida para se encontrar com Donald Trump na noite de sábado, 4, numa altura em que o principal líder europeu procurava reforçar os laços com o Presidente eleito antes da sua tomada de posse a 20 de janeiro.
Os membros do resort de Trump em Mar-a-Lago receberam Meloni com aplausos após uma apresentação do presidente eleito, de acordo com vídeos partilhados nas redes sociais por repórteres e outros.
“Isto é muito emocionante. Estou aqui com uma mulher fantástica, a primeira-ministra de Itália”, disse Trump à multidão de Mar-a-Lago, de acordo com um relatório dos media. “Ela está a tomar a Europa de assalto”.
Meloni é vista como uma parceira potencialmente forte para Trump, dadas as suas credenciais conservadoras e a estabilidade da coligação de direita que lidera em Itália desde finais de 2022.
A líder italiana também forjou um relacionamento próximo com o bilionário CEO de tecnologia Elon Musk, um aliado próximo de Trump que gastou mais de um quarto de bilhão de dólares para ajudá-lo a vencer a eleição.
A primeira-ministra italiana Giorgia Meloni reúne-se com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, acompanhada pelo senador americano Marco Rubio e pelo deputado americano Michael Waltz, em Mar-a-Lago, em Palm Beach, Flórida, EUA, a 4 de janeiro de 2025
Tommaso Foti, ministro italiano da UE e dos assuntos regionais, disse no domingo que a reunião, que não havia sido anunciada com antecedência, mostrou que a Itália poderia atuar como “uma ponte diplomática entre dois mundos: a União Europeia e os EUA”.
A viagem de Meloni ocorre dias antes do seu encontro com o Presidente dos EUA, Joe Biden, durante uma visita a Roma de quinta-feira a 12 de janeiro. Trump derrotou Biden nas eleições de novembro e prepara-se para regressar à Casa Branca.
Embora não tenham sido revelados quaisquer pormenores sobre o encontro, Meloni tinha planeado falar com Trump sobre a guerra da Rússia na Ucrânia, questões comerciais, o Médio Oriente e a situação de um jornalista italiano detido em Teerão, de acordo com a imprensa italiana.
Trump e Meloni assistiram à exibição de um documentário que questiona as investigações criminais e o escrutínio legal enfrentado por John Eastman, um ex-advogado de Trump que foi fundamental para os esforços malsucedidos de Trump para anular sua derrota nas eleições de 2020.
Um dos maiores desafios que Meloni enfrenta é a detenção da jornalista italiana Cecilia Sala no Irão, a 19 de dezembro.
Sala foi detida três dias depois de Mohammad Abedini, um empresário iraniano, ter sido preso no aeroporto de Malpensa, em Milão, com um mandado dos EUA por supostamente fornecer peças de drones que Washington diz terem sido usadas em um ataque de 2023 que matou três militares americanos na Jordânia. O Irão negou o seu envolvimento no ataque.
Meloni tornou-se o último de um punhado de líderes estrangeiros que visitaram Trump na Flórida desde a eleição de 5 de novembro. Ele reuniu-se com o presidente argentino Javier Milei, o primeiro-ministro Viktor Orban da Hungria e o primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau.