O empresário brasileiro Eike Batista foi preso pela Polícia Federal (PF) depois de desembarcar no Rio de Janeiro nesta segunda-feira, 30, e foi levado para um presídio em Bangu, na zona oeste da cidade, após ter a prisão decretada pela Justiça por suspeita de pagamento de luvas ao ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.
O homem que foi o mais rico do Brasil e um dos maiores bilionários do mundo ficará numa cela compartilhada na cadeia pública Bandeira Stampa.
Como não tem curso superior completo, o empresário não tem direito a uma cela especial.
O advogado de Eike disse a jornalistas à porta da prisão Ary Franco que há uma preocupação da defesa com a integridade física do empresário e que estão sendo tomadas as "cautelas necessárias", mas não forneceu detalhes.
"Ele acabou de chegar, a defesa ainda não teve acesso a ele, nós vamos aguardar conversar com o cliente, de forma que não podemos adiantar a linha de defesa que será adoptada", afirmou Fernando Martins.
Colaborar com a justiça
Eike Batista, que era considerado foragido desde a semana passada, embarcou na noite de domingo em Nova York de volta ao Brasil para se entregar às autoridades e disse que iria "ajudar a passar as coisas a limpo".
"Estou voltando e vou responder à Justiça, como é o meu dever", disse em entrevista à Globonews em Nova Iorque, reiterando ter o “sentimento de que está na hora de eu mostrar e ajudar a passar as coisas a limpo".
Eike é acusado de ter pago luvas no valor de 16,5 milhões de dólares ao ex-governador Sérgio Cabral em troca de vantagens para os seus investimentos no Estado durante os dois mandatos de Cabral, que está preso em Bangu desde Novembro.
O mandado de prisão para Eike Batista foi expedido pela Justiça Federal como parte da operação Eficiência, que investiga um esquema de corrupção liderado por Cabral que teria ocultado cerca de 100 milhões de dólares no exterior, de acordo com as investigações.
Eike era o homem mais rico do Brasil há menos de cinco anos, com uma fortuna calculada em cerca de 30 mil milhões de dólares, mas foi fortemente atingido pela queda dos preços das matérias primas e sofreu com o colapso de seu grupo EBX, um conglomerado de companhias de mineração, energia, construção naval e logística.
As petrolíferas Óleo e Gás Participações (OGPar) e OGX e a mineradora MMX informaram em comunicados que seus negócios não são afectados pela prisão do empresário.