Presidente Trump confirma conversações com o Hamas para a libertação dos reféns

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Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Salão Oval, Washington, 6 março 2025

Presidente americano diz que a iniciativa visa ajudar Israel e que não dará nenhuma ajuda ao grupo palestiniano

O Presidente Donald Trump confirmou na quinta-feira, 6, que a sua Administração estaá a negociar com o Hamas, um grupo classificado de terrorista pelos EUA, para libertar os restantes reféns israelitas, e reforçou o seu ultimato anterior de que haveria um "inferno a pagar" em Gaza se não fossem libertados imediatamente.

Hoje, o Hamas confirmou ter enviado uma delegação ao Cairo, no Egitp, para negociar um cessas-fogo com Israel.

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“Vocês vão descobrir”, disse Trump, do Salão Oval, quando um repórter lhe perguntou o que queria dizer.

“Estamos a ajudar Israel nestas discussões, porque estamos a falar de reféns israelitas. E não estamos a fazer nada em termos do Hamas. Não estamos a dar dinheiro”, afirmou o Presidente que se referiu ao encontro com alguns reféns americanos libertados.

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“Tive a honra de passar muito tempo ontem com algumas das pessoas que resgatámos, e não acredito o quão maltratadas foram”, concluiu Donald Trump.

Mais cedo, o enviado especial do Presidente para o Médio Oriente disse aos jornalistas na Casa Branca que poderia haver “alguma ação tomada” pelo Governo que poderia ser feita “em conjunto com os israelitas”.

“O Hamas tem a oportunidade de agir de forma razoável, de fazer o que está certo e depois ir embora”, disse Steve Witkoff, referindo-se às exigências dos EUA e de Israel para que o Hamas não tenha qualquer papel militar ou político em Gaza no pós-guerra.

Em Televive, o Gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou, em comunicado, que o seu Governo “expressou aos Estados Unidos a sua posição em relação às negociações diretas com o Hamas”.

Por seu lado, o grupo Hamas disse que o melhor caminho para libertar os reféns é através de negociações de cessar-fogo e acrescentou que as ameaças de Trump encorajam Israel a abandonar o acordo de cessar-fogo em Gaza, assinado a 19 de janeiro.

“A linguagem das ameaças não nos intimida, isso só complica ainda mais as coisas”, disse o responsável do Hamas Sami Abu Zuhri numa declaração publicada num canal de Telegram afiliado ao grupo.

Entretanto, hoje, uma delegação de alto nível do Hamas esteve no Cairo para negociações visando prolongar o frágil cessar-fogo em Gaza.

A delegação do grupo disse que vai exigir que Israel "implemente o acordo, inicie as negociações para a segunda fase e abra as passagens fronteiriças para permitir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza".