O presidente interino do Forum Cabindês para o Diálogo (FCD) afirmou que o Memorando de Entendimento para a Paz e Reconciliação para Cabinda caiu num descrédito total.
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Em declarações nesta quinta-feira, 22, em Cabinda, André Bissafi atirou a responsabilidade ao Governo, a quem acusa de não ter cumprido com a implementação das tarefas consignadas no memorando de Namibe.
“O não cumprimento cabal das tarefas consignadas no acordo do Namibe, colocaram o FCD numa situação embaraçosa perante as populações de Cabinda, que viam nesse processo uma saida airosa do conflito”, acrecentou Bissafi, para quem o FCD está “numa letargia, ao ponto de mergulhar em descrédito o processo de paz em curso”.
O presidente interino pede ao Governo a implementaçao urgente do Estatuto Especial de Cabinda, que passa por uma autonomia alargada e a criação de condições para a transformação do FCD num partido político angolano.
André Bissafi reprova o comportamento de António Bento Bembe que recentemente reivindicou a presidência do FCD, ao ponto de rivalizar-se com o falecido general Mauricio Amado Nzulú na liderança da organização.
Ele considera que a actual condição de deputado e a adesão de Bento Bembe ao MPLA deixam-no incompatibilizado para assumir a liderança do órgao que defende um estatuto especial e reivindica o reconhecimento das especificidades do enclave de Cabinda.
Bissafi anunciou ainda a realização do processo eleitoral para a escolha de um novo presidente do FCD em 90 dias
O presidente interino do FCD demarca-se, entretanto, dos incidentes protagonizados por um grupo de cidadãos na recepção dos restos mortais do malogrado general Nzulú que reivindicavam a autodeterminação do povo de Cabinda.
«Estamos igualmente aqui para recorder, (que) o FCD não é um partido da oposição, apenas um parceiro do Governo na busca de vias para a resolução do problema de Cabinda, os incidentes verificados na recepção dos restos mortais do general Nzulú, não foram intenções premeditadas da direcção do FCD”, afrimou Andre Bissafi, acrecentando que a “direcção do FCD terá uma missão redobrada em velar e impedir que as nossas futuras actividades não constituam uma oportunidade para actos que desvirtuam o espírito dos acordos de paz de Namibe, de 2006”.