O Presidente da Guiné-Bissau condenou o rapto de dois ativistas na segunda-feira e reiterou a sua total confiança no primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabian.
Em declarações a jornalistas nesta quarta-feira, 7, no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira antes de seguir para Portugal, Úmaro Sissoco Embaló disse que “podemos negociar tudo, menos a cabeça de Nuno Nabiam, como primeiro-ministro".
A resposta surge à proposta feita pelo PAIGC, partido mais votado nas eleições de 2019, de um Governo liderado por aquela força política, num recente encontro com o Presidente.
Ele considerou que desde a reunião “há muita especulação”, mas lembrou que “a democracia é a expressão da vontade da maioria e que a coligação no poder tem a maioria no Parlamento.
Questionado sobre a entrada de membros do PAIGC no Governo, Embaló respondeu que "quem propõe remodelações é o primeiro-ministro".
Quanto a um eventual encontro com o presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, que se encontra em Portugal, ele foi lacónico: "Se pedir uma audiência ao Presidente da República".
O Presidente guineense considerou ser “lamentável e casos isolados” o rapto de dois ativistas na segunda-feira, que, no entanto, estavam numa esquadra da polícia.
"Falei com o PGR e com a diretora da Polícia Judiciária e eles vão fazer inquéritos”, garantiu Embaló.
Questionado sobre a decisão do Governo da Guiné-Conacri de encerrar as fronteiras com a Guiné-Bissau até as eleições do dia 18 naquele país vizinho, Úmaro Sissoco Embaló limitou-se a dizer que do lado de Bissau não há ameaças, mas reconheceu ter problemas com o seu homólogo de Conacri.
"Lamentamos e os meus problemas com o Alpha Condé são juniores tendo em conta os interesses superiores da Guiné-Bissau e da Guiné-Conacri", concluiu.
Úmaro Sissoco Embaló inicia amanhã, 8, uma visita a Portugal, a convite do seu homólogo Marcelo Rebelo de Sousa.