Presidente do Egipto diz a Trump que o mundo “conta com ele” para a paz no Médio Oriente

  • AFP

Ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, e ministro saudita dos Negócios Estrangeiros participam numa reunião com ministros do Egito, Qatar e Emirados Árabes Unidos, para discutir a proposta do Presidente dos EUA de o Egito e a Jordânia acolherem a Palestina

O Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, garantiu ao seu homólogo americano, Donald Trump, no sábado, 1, que o mundo conta com ele para alcançar um acordo de paz “permanente” entre israelitas e palestinianos, de acordo com um comunicado do seu gabinete.

Foi a primeira conversa telefónica entre os dois homens desde que Trump lançou recentemente a ideia de, nas suas palavras, “limpar” a Faixa de Gaza, obrigando os vizinhos Jordânia e Egito a acolher os palestinianos que aí vivem.

De acordo com o comunicado da Presidência egípcia, durante a chamada, Sissi sublinhou que “a comunidade internacional conta com a capacidade do Presidente Trump para alcançar um acordo de paz permanente e histórico que ponha fim ao conflito que existe na região há décadas”.

Os dois líderes também trocaram convites mútuos e sublinharam a importância de continuar a “coordenação e cooperação” entre os seus dois países aliados, segundo a mesma fonte.

Na quarta-feira, Sissi e o rei Abdullah II da Jordânia rejeitaram categoricamente a proposta de Donald Trump de transferir os habitantes de Gaza para os seus países.

“A deportação e a deslocação dos palestinianos da sua terra é uma injustiça na qual não participaremos”, afirmou na altura o Presidente Sissi..

No entanto, indicou que o seu país está “determinado a trabalhar com o Presidente Trump, que procura alcançar a paz desejada com base numa solução de dois Estados”, israelita e palestiniano.

Mas na quinta-feira, Trump insistiu. “Estamos a fazer muito por eles e eles vão fazê-lo”, garantiu.

Numa reunião no Cairo, no sábado, os ministros dos Negócios Estrangeiros do Egito, Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Qatar rejeitaram qualquer deslocação forçada de palestinianos.

O Egito foi o único país, para além de Israel, a beneficiar de uma isenção ao congelamento da ajuda externa imposto pela nova administração americana na semana passada.

Após mais de 15 meses de guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, está em vigor desde 19 de janeiro um frágil cessar-fogo.