O Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, não vai estar presente na cerimónia de tomada de posse do presidente eleito em Moçambique, Daniel Chapo, dia 15. Portugal estará representado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
Trata-se de uma decisão concertada entre o Governo português e a presidência da república, segundo o jornal Público.
Em declarações à Antena 1, Paulo Rangel afirmou: “Olhamos como uma situação delicada, difícil, mas que pode ter uma saída construtiva e positiva que poderá vir a trazer estabilidade, consenso democrático e prosperidade para Moçambique”. O ministro frisou ainda que é “fundamental a reconciliação nacional e a capacidade para diálogo político”.
O Presidente português marcou presença em todas as tomadas de posse da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), com excepção da Guiné Equatorial. A ausência é vista como uma mensagem política. Vários partidos portugueses mostraram-se descontentes com a decisão de Portugal de enviar um representante.
O partido Iniciativa Liberal disse ser “inaceitável” e “incompreensível” que Paulo Rangel esteja presente. A porta-voz do PAN indicou que "Portugal dá um sinal errado". O líder do Chega avançou que o país não deveria reconhecer o Presidente moçambicano, perante as suspeitas acerca dos resultados das eleições.
Outros países da União Europeia vão fazer-se representar pelos embaixadores presentes em Maputo, informa o jornal Público. Em representação da África do Sul estará o ministro das Relações Internacionais, Ronald Lamola.
Não existe ainda indicação sobre que outros chefes de estado vão marcar presença na tomada de posse de Daniel Chapo, numa altura em que o país se depara com violentas manifestações.
Veja Também Moçambique: Protestos sem a dimensão de dias anteriores, mas registaram-se seis mortos e 15 feridosSegundo a ministra da Cultura e Turismo, Eldevina Materula, que é vice-presidente da Comissão Interministerial para os Grandes Eventos Nacionais e Internacionais (CIGENI), os convites foram enviados, mas não divulgou os nomes confirmados.
Cerca de 2.500 convidados vão estar presentes na cerimónia, que decorrerá na Praça da Independência, em Maputo, dia 15.