O Presidente da Renamo, Ossufo Momade, afirma desconhecer o que reivindica o líder da autoproclamada Junta Militar, Mariano Nhongo, o que para analistas agrava ainda mais a crise que afeta o principal partido da oposição em Moçambique.
"Não percebo a razão que levou Mariano Nhongo a abandonar as bases da Renamo na Gorongosa", afirmou Ossufo Momade, em entrevista à RTP, acrescentando que Nhongo "abandonou as bases sem explicação, indo se instalar num lugar longe das bases dos seguranças da Renamo".
O líder da Renamo nega que Mariano Nhongo esteja a ser excluido do processo de desmilitarização "porque até hoje só temos uma lista de 10 homens que entregamos ao Governo, os outros estão nas bases à espera de desmobilização e integração. A elaboração dessa lista exigia certos requisitos que Mariano Nhongo não reunia".
Estas declarações foram feitas dias depois de Mariano Nhongo ter rejeitado a ideia de mediação do diálogo entre a liderança da Renamo e a Junta Militar, apresentada pelo Conselho Cristão de Moçambique.
Para o director do Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), Adriano Nuvunga, isto significa o agravamento da crise que surgiu durante a governação do processo eleitoral que conduziu Ossufo Momade à liderança da Renamo.
"Foi isso que deu origem a Mariano Nhongo e daquilo que temos visto nas várias fotografias, Nhongo é uma pessoa historicamente importante na Renamo, e não me parece apropriado que Ossufo Momade diga hoje que não sabe o que Mariano Nhongo está a reclamar", realçou Adriano Nuvunga.
Entretanto, outros analistas entendem que Mariano Nhongo "pode estar a ser usado por alguém dentro da Renamo, que quer o lugar de Ossufo Momade".