O primeiro-ministro nacionalista húngaro, Viktor Orban, viajou para a Flórida na quinta-feira, 11, para se encontrar com o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, após o final da cimeira da NATO, em Washington D.C..
O encontro na propriedade de Trump em Mar-a-Lago é suscetível de perturbar ainda mais os aliados de Budapeste, depois de Orban ter suscitado a ira generalizada dos seus homólogos europeus por se ter encontrado com o Presidente russo, Vladimir Putin, na semana passada.
Veja Também Biden reafirma que continuará na corrida à reeleição em conferência de imprensaOrban, de direita, cujo país assumiu a presidência rotativa da União Europeia este mês, tem sido um apoiante declarado de Trump e encontrou-se pela última vez com o candidato presidencial republicano em março.
"Discutimos formas de fazer a paz", disse Orban numa publicação nas redes sociais na quinta-feira, 11, à noite com uma fotografia do encontro dos dois líderes. "A boa notícia do dia: ele vai resolver o problema!"
O post não possuía mais detalhes.
Trump respondeu ao post de Orban, escrevendo na sua rede social Truth Social: "Obrigado Viktor. Tem de haver PAZ, e rapidamente. Demasiadas pessoas morreram numa guerra que nunca deveria ter começado!"
Orban provocou um alvoroço na UE ao deslocar-se a Moscovo para manter conversações com Putin, uma viagem que o líder húngaro descreveu como uma "missão de paz" sobre a guerra na Ucrânia.
A sua visita à Rússia seguiu-se a uma deslocação a Kiev, para conversações com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
O líder húngaro pareceu isolado na cimeira da NATO em Washington D.C. e quase não falou com os meios de comunicação social.
"Viktor Orban não tem mandato da aliança, nem da União Europeia, para conduzir qualquer tipo de negociação", disse o Presidente finlandês Alexander Stubb na cimeira da NATO. "Ele pode fazê-lo em seu próprio nome. Mas eu discordo fundamentalmente de o fazer. Simplesmente não vejo qual é o objetivo".
Em declarações aos jornalistas na quinta-feira, o Presidente dos EUA, Joe Biden, que deverá enfrentar Trump em novembro, disse: "Não tenho nenhuma boa razão para falar com Putin neste momento - não há muito que ele esteja preparado para fazer em termos de acomodar qualquer mudança no seu comportamento."
Orban, tal como Trump, manifestou ceticismo quanto ao papel que os países da NATO estão a desempenhar no apoio à Ucrânia e recusa-se a enviar armas a Kiev, afirmando que isso iria alimentar o conflito.
O seu encontro com Trump, que tem criticado o papel central desempenhado pelos Estados Unidos na NATO, ocorreu depois de Biden ter procurado reunir a aliança na cimeira de Washington.
O bloco de 27 países da UE condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia e impôs sanções sem precedentes a Moscovo.