O Ministério da Agricultura dos Estados Unidos de América está a apoiar Moçambique com mais de 300 milhões de meticais (cerca de 5 milhões de dólares), através do programa de contenção da praga Mal do Panamá, que, desde 2013, afecta a cultura da banana nas províncias de Nampula e Cabo Delgado.
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Devido à praga, a província de Nampula viu reduzida em quase 100 por cento o volume de produção e exportação da banana, com a falência de uma das suas principais indústrias, a Matanusca, no distrito de Monapo, que exportava cerca 1.400 toneladas de banana para vários países da África e Europa.
O encerramento da fábrica levou ao despedimento de cerca de 2.400 trabalhadores, com consequências nas respectivas famílias.
Dados do Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar apontam que, até a falência da fábrica, cerca de 1.550 hectares de produção já tinham sido devastados.
Enquanto isso, a empresa Jacarandá, que tenta resistir à praga, já perdeu cerca de 50 hectares de produção.
Antónia Vaz, chefe do Departamento de Sanidade Vegetal no Ministério de Agricultura e Segurança Alimentar, disse que o apoio dos Estados Unidos será usado na investigação, maneio integrado, revitalização da indústria da banana e sensibilização das comunidades vizinhas.
"São mais de 300 milhões de meticais, o Ministério vai usar nas suas actividades de controlo da praga cerca de 24 milhões de meticais e o resto será usado na investigação das medidas de combate ao mal do panamá’’, disse Vaz.
Entretanto, as autoridades estão a proibir a importação do material de plantio, incluindo a própria fruta, por parte de outras províncias do pais.
Vaz alerta, no entanto, que “pode-se consumir a banana em Nampula, mas o perigo está na disseminação da praga a outras províncias produtoras da fruta’’.
O Mal do Panamá é uma praga que permanece por mais de 30 anos no solo e de difícil combate por implicar a redução de uma enorme quantidade de fungos no solo.
Mocambique é um dos primeiros países do continente africano a registar a praga.