O Presidente de Cabo Verde disse que o país tem o dever de ajudar São Tomé e Príncipe a fazer face às dificuldades provocadas pelas chuvas torrenciais que se abateram sobre aquele arquipélago no passado 28 de Dezembro.
A tempestade provocou inundações, duas vítimas mortais, destruição de pontes e outros avultados danos, levando o Executivo são-tomense a declarar estado de calamidade e a pedir ajuda internacional.
Abordado pela VOA à margem da abertura da Semana da República, na quinta-feira, 13, José Maria Neves afirmou que tanto as autoridades como as empresas e outros elementos da sociedade civil “devem se disponibilizar para ajudar”, numa altura em que o país, que acolhe uma significativa comunidade cabo-verdiana, necessita de apoio.
Veja Também Sem dados de estragos causados pelas chuvas, São Tomé e Príncipe não recebe ajuda internacionalO Chefe de Estado disse que Cabo Verde está sempre disponível para, também junto de outros parceiros, procurar as melhores vias de apoio ao povo são-tomense.
"Já tivemos no passado, procuramos junto do Luxemburgo recursos para através de uma cooperação tripartida resolvermos um conjunto de acções, acho que também a nível interno temos que fazer um esforço, não só o Estado, como as empresas e os cidadãos no sentido de apoiarmos esse processo de reconstrução após as fortes chuvas que provaram vários danos", realçou o mais alto magistrado cabo-verdiano.
A Semana da República, que se prolonga até 20 de Janeiro, Dia dos Heróis Nacionais, arrancou na quinta-feira, Dia da Liberdade e Democracia, com a apresentação do livro "Noite Escravocrata Madrugada Camponesa", do historiador António Correia e Silva, no salão Beijing do Palácio do Plateau.
Veja Também Covid-19: Governo de STP poderá recrutar reformados e militares para enfrentar a subida de casosA propósito, Neves disse que é “preciso valorizar a história, os símbolos nacionais e valores democráticos para se continuar a projectar o futuro da melhor forma”, daí o simbolismo da semana que terá actividades noutros pontos do país, nomeadamente no Fogo, Cidade Velha, São Nicolau e São Vicente.
O livro de 500 páginas, segundo Correia e Silva, "retrata uma viagem histórica desde a fundação de Cabo Verde, enquanto uma sociedade escravocrata e como se transforma numa sociedade de camponeses, num mundo vasto que vai para São Tomé, nas Antilhas e depois do continente americano".
O escritor justifica o lançamento do livro na quinta feira , 13 de Janeiro, Dia da Liberdade e Democracia, por se tratar de uma luta que aconteceu pela liberdade no tempo da escravatura.