PR dá posse a novo Governo da Guiné-Bissau com apelo ao Parlamento

Umaro Sissoco Embaló, primeiro-ministro da Guiné-Bissau

Nem o presidente da Assembleia Nacional nem o PAIGC estiveram presentes.

O PAIGC, partido mais votado nas eleições de 2014 na Guiné-Bissau, não compareceu à cerimónia de posse do novo Governo, cuja composição foi promulgada na segunda-feira, 12, pelo Presidente da República.

No acto de posse dos 37 membros, José Mário Vaz pediu à Assembleia Nacional Popular (ANP) para que, “em nome dos superiores interesses da nação, retome as sessões regulares".

Mais à frente, Vaz disse ter chegado a hora de colocar um basta em “crises resultantes de agendas políticas pessoais e partidárias”, porque, para ele, “são tais agendas alinhadas com interesses externos que não deixam o país avançar", referiu nesta terça-feira, 13, o chefe de Estado.

José Mário Vaz, Presidente da Guiné-Bissau

Ao contrário do que é habitual, o primeiro-ministro Umaro Sissoco Embaló não discursou na cerimónia que deu posse a 24 ministros e 13 secretários de Estado.

O novo Executivo tem cinco novas figuras de peso: Jorge Malu, do PRS, que já foi presidente da Assembleia Nacional Popular, em 1999, que assume a pasta do Ministro dos Negócios Estrangeiros, João Aladje Fadia, até aqui, director nacional do BECEAO (Banco Central dos Estados da Africa Ocidental), como ministro da Economia e das Finanças, Victor Mandinga, do Partido da Convergência Democrática, conhecido como opositor ferrenho de José Mário Vaz, mas que mudou de campo nos últimos meses, como titular do Ministério do Comércio e Promoção Empresarial, Marciano Silva Barbeiro, actual Chefe de Casa Civil do Presidente, na pasta das Obras Publicas e Carlitos Barai, um dos altos dirigentes do PRS, indicado para assumir o Ministério da Saúde Pública.

Outras notas importantes, a ressalvar neste Governo é o regresso de Malal Sané, ao cargo de ministro da Presidência do Conselho de Ministros, uma figura notória do PAIGC e que esteve presente no Governo de Carlos Correia e Elizabete Yala, viúva do ex-Presidente da Republica, Kumba Yala, para a Secretaria de Estado do Ensino Superior e Investigação Cientifica.

O PAIGC, no entanto, diz não estar representado no Executivo em virtude de, segundo aquele partido, o Presidente da República não ter acatado a sua proposta para primeiro-ministro.

Quem também não esteve presente na cerimónia foi o presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Casssamá.

Recorde-se que a comissão permanente do Parlamento, integrada maioritariamente por deputados do PAIGC, decidiu a 25 de Novembro não reiniciar as sessões enquanto não fosse respeitado o Acordo de Conacri.

Entretanto, para o Presidente da República, está cumprido o Acordo de Conacri com a posse hoje de um "Governo inclusivo".