Os números dos prejuízos causados ao estado angolano anunciados pelo
Presidente João Lourenço não reúnem consenso. Para falar sobre o assunto, os juristas Lindo Bernardo Tito, David Mendes, o líder da CASA-CE, André Mendes de Carvalho e o economista Carlos Rosado de Carvalho.
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Estudos da Universidade Católica de Angola estimam em cerca de 80 mil milhões de dólares o valor que foi retirado ao investimento que deveria ter sido feito em Angola entre 2002 e 2014.
O líder da UNITA, maior partido na oposição, congratulou-se esta semana, com a divulgação dos valores desviados do erário público, mas defendeu que estes estão “muito aquém dos números reais”.
Adalberto Costa Júnior lembrou em conferência de imprensa, que só a reserva estratégica de petróleo acumulada de 2011 a 2014 chegou a reter valores na ordem dos 93 mil milhões de dólares.
Estes números contrariam aqueles que foram apresentados pelo Presidente da República, durante a primeira parte da entrevista que concedeu ao jornal norte-americano, Wall Street Journal, na qual, João Lourenço, estimou em aproximadamente 24 mil milhões de dólares os prejuízos causados ao Estado angolano pela política de delapidação do erário nos últimos anos, valor esse constante dos processos de investigação patrimonial em curso no Serviço Nacional de Recuperação de Activos da Procuradoria Geral da República.
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O estadista angolano detalhou que daquele montante 13 mil e 515 milhões foram retirados ilicitamente através de contratos fraudulentos com a Sonangol, 5 mil milhões através da Sodiam e Endiama e os restantes 5 mil milhões retirados através de outros sectores e empresas públicas.
Para alguns especialistas em Luanda, os dados apresentados pelo Presidente João Lourenço, estão muito longe de traduzir de facto a realidade do desfalque que o pais sofreu, durante a gestão danosa do regime de José Eduardo dos Santos.
Apontam também alguns dados na posse do Fundo Monetário Internacional, que antes do mandato de João Lourenço já revelavam números elevados de milhões de dólares que saíram de Angola.
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Por outro lado, criticam também o chefe de estado que, mais uma vez, recorre a imprensa estrangeira para revelar informações que dizem respeito aos angolanos, ignorando a imprensa nacional, como era também prática do seu antecessor e colega de partido.
Quem assim também pensa, é o jurista e deputado Lindo Bernardo Tito, para quem este caso já não é uma novidade para os angolanos.
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