Sondagens de diversos orgãos de informação americanos indicam que Kamala Harris está perder apoio entre o eleitorado afro-americano algo que está causar preocupação dentro do partido Democrata.
Num sinal claro dessa preocupação, Harris anunciou esta semana medidas económicas para beneficiarem os negros americanos caso vença as eleições.
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Nos últimos dias o antigo Presidente Barack Obama veio em socorro de Harris exortando os negros americanos a abandonarem os seus preconceitos sobre votar por uma mulher mas as análises eleitorais indicam que essa poderá não ser a razão da queda de apoio estando essa queda mais centrada em questões económicas e de classe.
É verdade que o apoio do eleitorado afro-americano a Kamala Harris continua a ser enorme mas a queda percentual desse apoio pode ter um impacto num ano em que se advinha que as eleições vão ser extremamente renhidas podendo ser decididas por poucos milhares de votos nos chamados “estados oscilantes”.
O New York Times por exemplo disse que em 2016 o apoio do eleitorado afro-americano para o candidato democrata – nesse caso Hillary Clinton - foi de 92%, em 2020 quando Joe Biden venceu as eleições o apoio desse eleitorado foi de 90% mas a sondagem do New York times indica agora uma vantagem de 78% para Kamala Harris.
Uma vantagem confortável mas uma queda de de 14% em relação a 2016. O título do New York Times refletiu o que isso traz de preocupação para os democratas.: “Afastamento de eleitores negros dos democratas põe em perigo candidatura de Harris.”
A cadeia de televisão CNN chegou à mesma conclusão mas com uma sondagem ainda mais definida. A CNN disse que entre o eleitorado afro-americano entre os 18 e 44 anos de idade o apoio nessa faixa desse eleitorado caiu de 81% para Barack Obama para 41% de apoio a Kamala Harris quase metade do apoio.
Harry Enten analista eleitoral da CNN disse que estes números são “parte de uma tendência de longa data de jovens negros a afastarem-se do partido Democrata” e rejeitou a opinião de que a queda de apoio se deve a misogenia da parte do eleitorado afro-americano.
“Kamala Harris é apenas a última a fazer face à magnitude de jovens negros a caminharem em direção dos Republicanos”, disse.
Enten fez notar ainda que no total do eleitorado masculino africano-americano há também uma queda embora não tão dramática. Obama venceu com 85% desse eleitorado, Clinton obteve 71% de apoio do eleitorado masculino africano-americano, Biden 69% e agora Kamala Harris tem um apoio de 54%, portanto ainda a vencer por margem confortável “mas consideravelmente mais baixo daquilo a que estamos acostumados”.
Isso é “certamente consideravelmente mais baixo do que nos anos de Obama e o ponto disto é que Kama Harris está com uma performance historicamente fraca para uma candidata democrata”, disse o analista.
A salientar que a nível do eleitorado feminino afro-americano as percentagens são melhores para Harris que conta com o apoio dessa faixa eleitoral de 71%.
Richard Fowler jornalista da revista económica Forbes disse na cadeia de televisão Fox não poder haver dúvidas que nestas eleições “todos os votas são incertos” mas fez notar que a esmagadora maioria do eleitorado africano-americano (78% de acordo com o New York Times) continua a apoiar a candidata do partido Democrata.
“Os homens negros apoiam os democratas mais do que qualquer outro setor demográfico neste país para alem das mulheres negras (e) por isso os Democratas devem lhes dar muito credito”, afirmou.