Polícia reprime manifestação da oposição em Bissau e há feridos

Protesto dos partidos da oposição termina com um morto

A policia reprimiu com gás lacrimogéneo e balas neste sábado, 26, uma manifestação convocada pelos partidos MADEM - G15, PRS e APU-PDGB para denunciar o que alegam ser falta de transparência no processo eleitoral com vista às presidenciais de 24 de Novembro.

O secretário para a Juventude, Fernando Dias, confirmou à VOA que houve um morto e que várias pessoas feridas, estando uma delas em estado grave.

A polícia deteve muitos manifestantes, mas já os colocou em liberdade, confirmou Dias.

A marcha convocada pelos três partidos políticos, cujos candidatos recusaram participar nas acões da Comissão Nacional de Eleições (CNE), havia sido impedida pela Polícia de Ordem Pública (POP), na sexta-feira, 25, por alegar, entre outros motivos, a "impertinência do itinerário, falta de autorização por parte a Câmara Municipal de Bissau e informação tardia dos promotores da marcha" junto do Ministério do Interior.

Manifestante agredido pela polícia

A polícia também alegou falta de condições para, em pouco tempo, assegurar a segurança na capital.

Na sua página no Facebook, a Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) disse ter registado “com estupefação a decisão do Governo de proibir a manifestação prevista para o dia 26 de Outubro, sábado, organizada pelos partidos proponentes dos candidatos e pelos candidatos independentes às presidenciais do dia 24 de Novembro”.

Membro do PRS detido pela polícia

Para a organização, “os fundamentos desta decisão do Governo são fúteis e desprovidos de qualquer valor ético-juridico capaz de justificar a restrição de um direito fundamental como a liberdade de manifestação” e manifesta a “o seu veemente repúdio a decisão do governo de Aristides Gomes de restringir a liberdade de manifestação”.

Não há, por agora, reacção do Governo ou dos partidos promotores da manifestação.