A Polícia da República de Moçambique (PRM) reprimiu neste sábado, 18, marchas pacíficas de homenagem ao rapper Azagaia, falecido na semana passada, em Maputo, Beira e Chimoio.
Apesar de não haver números oficiais, fontes da VOA apontam para quatro feridos em Maputo e um na Beira, enquanto na capital foram detidas pouco mais de uma dezena de pessoas e 12 na Beira.
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Depois da intervenção da Ordem dos Advogados, os detidos em Maputo terão sido libertados, segundo as mesmas fontes.
Em Maputo, os organizadores e os que pretendiam prestar a homenagem ao rapper Azagaia encontraram um forte cordão da polícia que usou gás lacrimogéneo para dispersar as pessoas, "em quantidade industrial", segundo um dos presentes.
A Avenida Eduardo Mondlane devia ter sido o ponto de encontro de centenas de pessoas, que marchariam pela avenida Karl Max até a Praça da Independência, , mas todos os acessos foram bloqueados pela PRM.
Houve momentos de tensão, que levaram os organizadores a dispersar a marcha.
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Na Beira, capital da província de Sofala, polícia também carregou sobre os participantes que iniciaram a marcha e uma pessoa ficou ferida ao tentar fugir.
Em Chimoio, Manica, os amantes de Azagaia não conseguiram realizar a marcha porque foram reprimidos pela PRM.
O músico e activista social Azagaia morreu no dia 9 em casa.
Baptizado Edson da Luz, era bastante crítico de políticos no poder, tendo se tornado popular pela interpretação de temas de intervenção social como “as mentiras da verdade”.
Activistas, rappers e fãs reagiram com tristeza à notícia e encheram as suas páginas nas redes sociais com homenagens ao "símbolo do desassossego", cujas músicas ganharam repercussão nos demais países africanos de língua portuguesa.
O funeral dele, realizado no dia 14, levou à rua uma multidão de pessoas.
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