Polícia britânica acusa egípcio por travessia de migrantes no Mediterrâneo

  • AFP

Arquivo -Migrantes nadam ao lado de barco de madeira virado durante uma operação de resgate da ONG espanhola Open Arms no sul da ilha italiana de Lampedusa, no Mar Mediterrâneo, em 11 de agosto de 2022.

A polícia britânica anunciou no sábado que acusou um egípcio de ser o mentor do contrabando de migrantes através do Mar Mediterrâneo, do Norte de África para a Europa, na sequência de uma investigação internacional.

Agentes da Agência Nacional do Crime do Reino Unido detiveram Ahmed Ramadan Mohamad Eibd, 40 anos, perto da sua residência na zona oeste de Londres, na quarta-feira, após uma investigação que envolveu também os procuradores italianos, a guarda costeira e investigadores de crimes financeiros.

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Eibd compareceu num tribunal de magistrados da zona oeste de Londres na madrugada de sábado, onde foi acusado de facilitar a imigração ilegal.

O tribunal ordenou que permanecesse em prisão preventiva até à sua próxima comparência no Southwark Crown Court, no sul de Londres, a 24 de julho.

Eibd é suspeito de ter organizado, a partir da sua casa no Reino Unido, o contrabando de milhares de pessoas através do Mediterrâneo, da Líbia para Itália.

A NCA alega que ele trabalhou com redes de contrabando de pessoas no Norte de África para organizar barcos para trazer centenas de migrantes de cada vez e que mantinha comunicação com associados criminosos durante as travessias.

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Várias das viagens levaram a operações de busca e salvamento por parte das autoridades italianas, observou a agência policial do Reino Unido, chamando aos barcos utilizados "armadilhas mortais".

"O contrabando de pessoas é um problema internacional e combatê-lo em todas as etapas do percurso é uma prioridade para a NCA", declarou Darren Barr, oficial superior de investigação da NCA.

"O tipo de embarcações que os grupos de criminalidade organizada utilizam para as travessias são armadilhas mortais e, infelizmente, muitas pessoas morreram na sequência de incidentes no Mediterrâneo, o que demonstra o nível de perigo", acrescentou.

"Continuaremos a partilhar informações e a tomar medidas com os nossos parceiros para impedir as travessias e prender os traficantes de seres humanos aqui e no estrangeiro."