Um professor foi detido na quinta-feira, 14, em Luanda, Angola, por dirigir uma marcha de 300 alunos que pretendia dirigir-se à repartição de Educação no município para reclamar contra a falta de carteiras, para acomodação dos alunos.
A UNITA, na oposição, insta o Ministério do Interior a pôr cobro, com urgência ao "cortejo de atropelos aos direitos humanos".
A polícia interveio para impedir a marcha, depois do director da escola, João Paulo de Oliveira, ter chamado a corporação porque os alunos tinham quebrado meia centena de carteiras.
Nestor Goubel, porta-voz da PN de Luanda, disse que o professor, cujo nome não revelou, vai ser apresentado à justiça sob a acusação de liderar uma marcha não autorizada e do crime de danos materiais, avaliados em 1,7 milhões de kwanzas, cerca de quatro mil dólares.
O grupo parlamentar da UNITA, na oposição, reagiu à prisão do professor e em nota diz acompanhar “com bastante preocupação as notícias sobre os actos de violência levados a cabo por agentes da Polícia Nacional em Viana, perpetrados contra crianças estudantes que se manifestavam ontem, quinta-feira, 13 de outubro de 2022, pela melhoria das condições na Escola 5008, localizada em Viana".
O partido "condena esta onda crescente de violência praticada por agentes da lei e ordem, empunhando armas de fogo, sobretudo contra crianças inocentes e inofensivas que reclamavam apenas pelos seus direitos" e insta" ainda o Ministério do Interior a "pôr cobro, com urgência" ao "cortejo de atropelos aos direitos humanos, à Constituição e à lei praticados por agentes da Polícia Nacional".