A polícia moçambicana diz que vai prosseguir com acções tendentes ao desarmamento da Renamo, iniciado há semanas ao retirar 16 armas à guarda pessoal do líder do partido, Afonso Dhlakama.
Your browser doesn’t support HTML5
Na terça-feira a polícia invadiu a residência de membros da Renamo onde diz ter encontrado armamento e material usado por criminosos na capital do país.
Recentemente forças combinadas do exército e da polícia desarmaram a guarda do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, acto que aconteceu na cidade da Beira. Nos últimos dias, houve relatos de confrontos entre as forças da lei e da ordem e homens armados da perdiz. O comandante geral da polícia, Jorge Kalau, diz que pretende retirar todas as armas das mãos da Renamo e de outros portadores ilegais.
"Desarmamos porque era necessário, estava a pôr em perigo o país. Ele (Afonso Dhlakama) publicamente disse que não quer mais armas e quer ser um homem livre e está livre. Esta luta é não só com raptores mas é também contra estes que tem armas ilegalmente" disse Khalau.
Jorge Khalau acredita que nos esconderijos da Renamo também estejam armas usadas por criminosos.
"Esconderijos da Renamo também têm as armas, alguns elementos da Polícia também vendem armas já dissemos publicamente não é segredo nenhum, esses polícias que alugavam armas aos bandidos estão presos. Esses guardas da Renamo não têm formas de sobreviver e vendem armas" disse o Comandante Geral da PRM.
E no prosseguimento das acções de busca de armas em mãos indevidas, a PRM invadiu, terça-feira, a residência de membros da Renamo que dizem não ter armas em sua posse.
A polícia defende-se afirmando que as suas acções inserem-se no combate ao crime, segundo deu a conhecer Orlando Modumane, porta-voz da polícia em Maputo.
"(A) Polícia não foi a casa dos homens que assumiram ser da Renamo, a policia estava a perseguir dois indivíduos que se introduziram na residência dos homens da Renamo, portanto a coincidência foi chegar lá encontrar na residência onde se introduziram os supostos homens que usam catanas aterrorizando as pessoas existiam lá os dois homens da Renamo", disse Mudumane.
Para o analista político e jornalista, Fernando Gonçalves, estas ações da polícia são legítimas.
"Só o Estado tem o poder legítimo da posse de engenhos militares e isso vem várias vezes reiterado nos vários acordos e protocolos assinados entre o Governo e a Renamo, que tentou de uma forma muito desonesta fazer uma interpretação muito alargada do protocolo 5 - que diz que os dirigentes máximos da Renamo têm direito a protecção. Esse protocolo é de mecanismos de garantias que são dadas por ambas as partes e a secção terceira fala de garantias que devem ser dadas entre a assinatura do Acordo Geral de Paz e a realização das eleições em 1994. Mas alguém tentou fazer uma interpretação oportunista desta disposição do acordo geral de paz, ao dar a entender que a Renamo tinha o direito de proteger os seus dirigentes ad-eterno, o que não era isso", disse Fernando Gonçalves.