Polícia, Governo e população debatem actuação dos agentes da ordem em Malanje

Comissário António José Bernardo, delegado do Ministério do Interior em Malanje

Encontro enquadra-se na iniciativa "Policiamento de proximidade" da corporação

O descontentamento de moto-taxistas e de jovens em realção à actuação da polícia e das autoridades governamentais de Malanje esteve em foco numa reunião recente no pavilhão Palanca Negra, na capital daquela província angolana.

O encontro foi feito sob o tema “Policiamento de proximidade”, que visa estreitar as relações entre a polícia e a comunidade, numa altura de crescente preocupação sobre o nível de crimes na cidade.

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policia reuniu com população em Malanje - 2:00

Participaram no encontro o governador local, Norberto Fernandes dos Santos e o delegado do Ministério do Interior e comandante da Polícia Nacional, comissário António José Bernardo, bem como outros membros do Governo provincial.

A polícia disse que 1.300 crimes de natureza diversa foram registados no quarto trimestre de 2017, bem como 515 acidentes de viação que provocaram 119 mortes e 485 feridos.

Mais de 50 por cento das mortes envolveram acidents com motociclos e ciclomotores.

O moto-taxista João Marcos Mateus disse que muitas desavenças nas estradas são originadas por agentes da corporação.

Moto taxis em Malanje

Mateus acusou agentes da polícia de agredirem jovens moto-taxistas e de os “perseguir”.

“É como se fosse uma guerra que nós estamos a enfrentar dentro desta província”, acusou.

O cidadão António José Inácio questionou o chefe de polícia na província sobre o pagamento de uma taxa superior a 40 mil kwanzas para os moto-taxistas poderem reaver motos confiscadas pela polícia.

O comissário António José Bernardo solicitou o cumprimento das leis e a colaboração de todos os munícipes de Malanje e garantiu que os efectivos prevaricadores são sancionados.

“Esses polícias malcriados que vocês estão a dizer aqui, estão a ser sancionados e expulsos da policia”, afirmou Bernardo, acrescentando, no entanto, “não podemos aceitar que um cidadão nacional quando se lhe manda parar na rua, o polícia manda parar, e ele ao invés de parar atira a mota contra o polícia, ou pera e simplesmente, arremessa algum meio contra o polícia”.

A ausência de diálogo entre o Governo e a juventude foi igualmente apontado por outros participantes.