Mais um ano e mais problemas para a imprensa, no que à liberdade diz respeito. É assim que, regra geral, os actores avaliam o ano 2020, durante o qual exemplos de casos extremos não faltaram.
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“O ano de 2020 foi um ano mau para a comunicação social”, diz Ernesto Nhanala, Secretário Executivo do MISA-Moçambique.
Nhanala elabora: “Tivemos casos que, qualitativamente, impactaram muito na liberdade de imprensa, a começar pelo incêndio ao jornal Canal de Moçambique, que foi o ponto mais alto; contudo, não podemos nos esquecer do desaparecimento do jornalista Ibrahimo Mbaruco, que até hoje não se sabe do seu paradeiro”.
Veja Também Direitos Humanos: Prevalece a impunidade em Moçambique, relatório do Departamento de EstadoO Conselho Superior da Comunicação Social (CSCS) aponta os ataques armados em Cabo Delgado e no centro do país, como factores que agudizaram a situação.
Tomás Vieira Mário, presidente daquele órgão de disciplina e consulta para assegurar a independência dos órgãos de comunicação social, diz que as duas situações geraram uma espécie de nervosismo em alguns órgão do Estado, o que acabou afectando as liberdades, nomeadamente de imprensa.
Veja Também Desaparecimento de jornalista moçambicano chega a ONU através dos RSFPor seu turno, a Ordem do Advogados de Moçambique, considera que, em termos teóricos, Moçambique até tem um quadro legal favorável, contudo, na prática, 2020 voltou a mostrar uma relação de amor e ódio entre a imprensa e o poder público, e alinha na posição do CSCS de que os conflitos em Cabo Delgado e na zona centro são factores que contribuem para a situação.
Veja Também Jornalistas moçambicanos exigem acesso a Cabo Delgado para cobrir a situação na provínciaNa sua mensagem de ocasião, o presidente moçambicano, Filipe Nyusi, tenta acalmar as águas e garante que há compromisso com um ambiente melhor.