O Observatório do Meio Rural (OMR) diz que as políticas públicas para os pobres não são reais em Moçambique e alerta para a possibilidade um rápido aumento da pobreza sobretudo depois da crise da Covid-19.
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Este posicionamento surge quando um relatório das Nações Unidas, divulgado esta seguda-feira, 15, indica que o número de pobres em Moçambique aumentou um milhão em três anos, um retrocesso na redução da pobreza registada até então, devido à crise económica, ao escândalo da dívida oculta, às calamidades naturais e à violência.
De acordo com o documento, no período de 2015 e 2018, o número de pobres passou de cerca de 21,3 milhões de pessoas para cerca de 22, 2 milhões, num país com quase 30 milhões de habitantes.
Para o diretor do OMR, João Mosca, o número de pobres vai aumentar ainda mais e muito rapidamente, na sequência da pandemia do Covid-19.
"Existem claros indicadores de que a pobreza vai aumentar de forma mais rápida," realçou João Mosca, para quem as políticas do Governo não são no sentido da redução da pobreza.
Segundo aquele economista, as políticas públicas em Moçambique "a favor dos pobres não são reais, não existem, há apenas o discurso políticco".
Refira-se que a análise das Nações Unidas consta de um relatório sobre a "Evolução da pobreza multidimensional em Moçambique, um país assolado pela crise", elaborado pelo Instituto Universitário Mundial de Investigação Económica para o Desenvolvimento da ONU, que fornece análises económicas e políticas e aconselhamento com vista a um desenvolvimento sustentável e equitativo.