PM são-tomense ouve muitas críticas de imigrantes radicados em Cabo Verde

Imigrantes são-tomenses em Cabo Verde encontram-se com primeiro-ministro, Cidade da Praia, 27 Março 2022

O primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe iniciou nesta segunda-feira, 28, uma visita oficial de quatro dias a Cabo Verde, na qual manterá encontros com responsáveis do país e assinará acordos de cooperação nos sectores da educação, agricultura, turismo e pescas.

No domingo, 27, após a sua chegada à cidade da Praia, Jorge Bom Jesus encontrou-se com imigrantes são-tomenses que lhe colocaram questões relacionadas com os custos para a emissão de passaportes e sua validade, transportes para a ligação com a terra-mãe e apoios para os estudos profissionais e superiores, entre outros problemas.

A ministra dos Negócios Estrangeiros garantiu que está-se no processo de aquisição de equipamentos e que “ainda este ano o problema relacionado com a emissão, qualidade e custos do passaporte será resolvido”.

No que se refere à educação, Edithe Ten-jua afirmou esperar, “no âmbito do protocolo com Cabo Verde, encontrar forma de garantir mais formação e ensino superior aos jovens e no capítulo dos transportes, numa cooperação tripartida envolvendo Angola pensamos resolver este problema muito mencionado pelos cidadãos que pretendem visitar a terra os familiares”.

Embora longe, os são-tomenses não se cingiram às dificuldades que atravessam na emigração, mas questionaram também a difícil situação socio-económica vivida em São Tomé Príncipe e a degradação das infra-estruturas, muitas delas construídas no tempo colonial, entre outras situações que emperram o desenvolvimento .

Para os emigrantes, “urge uma mudança radical na forma de fazer política e da governação”, porquanto não é aceitável que um pequeno país formado por duas ilhas com pouco mais de 200 mil habitantes e boas condições da natureza “esteja numa situação de profundo subdesenvolvimento”.

Neste particular, o primeiro-ministro reconheceu que todo o atraso na evolução se deve à falta de estabilidade política ao longo dos anos.

"Eu sinto e interiorizo a vossa frustração, vamos comemorar agora 47 anos da independência, e para as potencialidades e tudo aquilo que Deus colocou a natureza, portanto se nós tivéssemos gerido correctamente desde o início, de certeza teríamos uma vida muito mais digna", disse Jorge Bom Jesus.

Nesta ponta final do mandato, o chefe do Executivo pediu aos emigrantes para continuarem a acreditar e prometeu que as atenções serão centradas na criação de condições para melhorar o abastecimento de água, energia e mitigação do nível de vida das populações sobretudo a camada mais vulnerável.

Bom Jesus encontra-se com o seu homólogo Ulisses Correia e Silva, será recebido pelo Presidente da República, José Maria Neves, e pelo presidente da Assembleia Nacional, Austelino Correia, manterá vários outros encontros e visitará a ilha do Sal.