Na segunda-feira, 20, a VOA noticiou que o Ministério Público de Angola enviou uma delegação de magistrados-inspectores ao Lubango, na província da Huíla, para apurar denúncias de alegadas agressões e ordem de detenção do sub-procurador-geral da República titular da província a duas cidadãs.
Agora, a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirma em comunicado divulgado na quarta-feira, 22, o envio da delegação de inspectores chefiada por um procurador-geral-adjunto da República vai averiguar os factos.
A PGR diz que já “foram preliminarmente ouvidos os principais sujeitos e os mais diversos intervenientes que se tornaram necessários e feito o cruzamento de informações” sobre o assunto.
No passado dia 10, duas clientes entraram em discussão com uma funcionária da peixaria Grande Mar, alegadamente pertencente à esposa do sub-procurador da Huíla, Hernâni Beira Grande, que, entretanto, foi chamado pela funcionária.
As clientes, que pediram o anonimato, disseram à VOA que o sub-procurador as agrediu quando chegou e encontrou-as a discutir com a funcionária.
“Ele deu umas bofetadas nela e deu-me um bico da bexiga. Posto ali, ele nos trancou na peixaria e ligou para a polícia que quando chegou levou-nos e disse que queríamos assaltar o cofre”, contou.
Por ordem do sub-procurador, ainda segundo as clientes, elas, com os respectivos bebés, passaram uma noite detidas no comando da Polícia Nacional, no Lubango.
Outra das visadas pede que se faça justiça e teme pela sua segurança.
Entretanto, a funcionária da peixaria, Sílvia Geraldo, disse que agiu para se defender e negou o envolvimento do magistrado no desentendimento, que, segundo algumas fontes,
«Isso é pura mentira. O senhor Beira quando entrou na peixaria nós estávamos a discutir e ele mandou-nos calar porque nós continuávamos a discutir, sem entendimento”, disse Geraldo.