PGR diz que processo contra Manuel Vicente avança

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Manuel Domingos Vicente, antigo vice-Presidente da República de Angola

Hélder Pitta Grós reconhece que imunidade impediu o avanço do processo, mas que a PGR continua a trabalhar nele

O processo judicial contra o antigo vice-Presidente angolano, Manuel Vicente, vai continuar, mas a acusação não estará pronta nos próximos tempos, disse em Luanda o Procurador-Geral da República (PGR).

Ao falar a jornalistas à margem da cerimónia de tomada de posse de novos sub-procuradores, Helder Pitta Grós, reconheceu que a imunidade que Vicente tinha como antigo vice-Presidente e deputado atrasou o andamento do caso.

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"O processo existe, veio de Portugal, já constituído, não se trabalhou no processo porque tivemos aquele tempo em que havia imunidade. Tendo passado esse tempo, naturalmente, temos de trabalhar", disse Pitta Grós, que sem dar muitos detalhes reconheceu, no entanto, que não temos capacidade para [deduzir a acusação] tão rapidamente, gostaríamos, seria bom, mas infelizmente ainda não".

Manuel Vicente responde a um processo em Portugal conhecido como “Operação Fizz” em que é acusado de ter corrompido o procurador Orlando Figueira.

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Portugal pediu que Vicente fosse ouvido pela PGR de Angola, o que não aconteceu alegadamente devido à imunidade que o impedia de ser ouvido.

Na justiça angolana, o antigo vice-Presidente é também mencionado no despacho de acusação do Ministério Público relativa aos generais Manuel Helder Vieira Dias, "Kopelipa" e Leopoldino Fragoso do Nascimento, "Dino", no processo de venda à Sonangol International Holding Limited, empresa detida em 70% por chineses e em 30% pela Sonangol EP.

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A PGR investiga possíveis esquemas de corrupção e lavagem de capitais durante o mandato de Manuel Vicente à frente da Sonangol, antes de ser eleito vice-Presidente da República.

Manuel Vicente tem-se recusado a pronunciar sobre estes casos.