O Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), diz estar preocupado com a existência de enormes quantidades de pesticidas obsoletos altamente perigosos em Moçambique e avisa que constituem um risco para a saúde humana e meio ambiente.
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O coordenador do Programa Nacional de Remoção de Pesticidas Obsoletos Altamente Perigosos do FAO em Moçambique, Khalid Cassam, disse que cerca de 300 toneladas de pesticidas aguardam destruição há vários anos.
São necessários cerca de 42 milhões de meticais (cerca de seis milhões de dólares) para a destruição desses pesticidas, que foram recolhidos nas diferentes províncias pelo FAO, em coordenação com o Governo moçambicano.
Para Khalid Cassam, o processo de incineração de pesticidas obsoletos é bastante oneroso, sobretudo porque tem de ser feito fora do país, devido aos cuidados que é preciso ter na sua execução.
Ele referiu que a incineração tem sido feita na Europa.
Aquela agência diz ter conhecimento da existência de enormes quantidades de pesticidas obsoletos um pouco por todo o país e que já resultaram na contaminação de solos, o que representa um risco para a saúde humana e para o meio ambiente.
Face ao problema, segundo Khalid Cassam, vai ser desenvolvido um projecto de tratamento de solos contaminados em diferentes províncias de Moçambique.
Refira-se que Moçambique baniu pesticidas altamente perigosos, mas porque alguns países vizinhos ainda não o fizeram, tem havido importações ilegais desses produtos, uma vez que o banimento fez com que os pesticidas, que são apetecíveis para os agricultores, passassem a ser uma oportunidade de negócio, sobretudo para os vendedores informais.
Segundo a FAO, as autoridades moçambicanas têm um grande desafio de impedir a entrada de pesticidas no país, com acções punitivas severas.