A investigadora luso-são-tomense da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Isabel Santiago, reiterou a sua tese de que “o consumo exagerado do álcool nas crianças e adultos é um problema grave de saúde pública em São Tomé e Príncipe”.
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A professora reagia assim às declarações do primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, que, no sábado, disse que tal não correspondia à verdade e acusou a investigador de "falta de patriotismo".
Isabel de Santiago lamenta que as autoridades tenham posto em causa a credibilidade do seu estudo e de “pretenderem esconder uma realidade que está à vista de todos”, em vez de “analisarem os dados e tomarem as medidas necessárias”.
Por seu lado, o primeiro-ministro rejeita liminarmente o resultado do estudo e considera ser preciso averiguar as informações produzidas que levaram alguns órgãos da imprensa portuguesa a concluírem que as crianças são-tomenses bebem mais álcool do que o leite.
“Concluir que as crianças em São Tomé e Príncipe bebem mais álcool que o leite é uma caricatura”, disse o Chefe do Governo.
Também a directora do Instituto Nacional de Estatística de São Tomé e Príncipe (INE), Elsa Cardoso, veio a público desvalorizar o estudo da investigadora da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, encomendado em 2013 pelo então ministro da Educação e actual primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus.
Cardoso diz ter outros dados sobre o consumo do álcool nas crianças são-tomenses, contrários aos de Isabel Santiago.