Mas, no domínio das Pescas, um dos sectores que mais contribui para renda ao orçamento do Estado guineense, é onde se nota o maior interesse económico Chinês, com a construção do principal Porto de Pesca Artesanal, em Bissau, orçado em 26 milhões de dólares norte-americanos a título donativo.
Fontes Governamentais indicam, no entanto, que o Governo guineense deverá atribuir a uma empresa pública chinesa, a gestão da Unidade de Transformação do Pescado guineense, cujos equipamentos foram financiados e instalados pelo Pequim.
Ora, na perspectiva do antigo embaixador da Gâmbia na Guiné-Bissau, Cabo-Verde e Guiné Conacri, e docente em Ciências Políticas e Relações Internacionais, Abdou Djedju, a forte presença da China no país, insere-se no âmbito da sua política de expansão económica e geoestratégica.
O peso da economia chinesa na economia mundial está a crescer cada vez mais. E, para isso, a China, tendo indústrias que precisam de matérias primas para funcionamento, vai precisar igualmente dos recursos naturais africanos, particularmente, da Guiné-Bissau, isto para manter a competitividade das suas indústrias. Então, a China tem interesse na Guiné-Bissau para aproveitar ao máximo, além do seu pescado, mas, também, dos seus recursos naturais descobertos ou ainda por descobrir, mantendo assim as suas indústrias em função. No plano político, a China vai sempre expandir a sua cooperação, porque geoestrategicamente, está a ocupar, no plano político, um peso real e que precisa ainda de criar mais aliados que vão lhe apoiar nas suas posições geoestratégicas.
O diplomata gambiano explicou ainda como é que a China tem ganhado espaço em vários domínios em África, particularmente na Guiné-Bissau, comparativamente aos Estados Unidos e a União Europeia.
A política da União Europeia e a política dos Estados Unidos é sempre condicionante. Impõe condições para as suas cooperações, com vista às suas assistências de financiamento.
E, para Bacar Camará, jornalista da Rádio Pública guineense e Correspondente da Agência Chinesa de Notícias (Xinhuan) na Guiné-Bissau, apesar da aparente presença da China, a Guiné-Bissau tem aproveitado pouco do Pequim, principalmente, no âmbito do Fórum China-África.
Contudo, o jornalista falou de mais investimentos em perspectiva na Guiné-Bissau por parte da China.